"Por mais que você corra irmã
Pra sua guerra, vão nem se lixar
Esse é o xis da questão
Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
Negreiros a re-traficar
Favela ainda é senzala, Jão
Bomba relógio prestes a estourar."
Comecei com a poesia que forma esse curta metragem da vida real, mais uma vez o RAP trouxe a realidade à tona. A música "Boa Esperança" veio dar mais um tapa sem mão na sociedade, como "Nego Drama", "Um Homem na Estrada" e tantos outros RAP's.
Esse clipe tem como ideia mostrar um lado que sabemos existir, mas que muitos negam por puro comodismo. A exploração dos trabalhadores domésticos entre outros cargos de "menor" expressão para a sociedade é quase sempre vista como "comum" ou "caso isolado". As mortes sob causas suspeitas proporcionadas pela polícia país à fora é também citada nas entrelinhas dessa música, entre outras abordagens pertinentes feitas. Ouçam:
"O tempero do mar foi lágrima de preto, o sangue do derramado nas cidades brasileiras a cada 23 minutos também é. Por mais que você corra irmão, a nossa guerra pra eles, sempre será em vão. E sabe o xis da questão? Sua raiz, sua cor jogadas de lado, coisas do "inimigo", dizem sobre o seu orixá. Os camburão, ah, os o camburão... passam deixando um rastro de dor, perdas, lembranças tipo Auschwitz, "olha, morreu mais um, era pobre, olha lá". Favela sempre foi senzala, Jão! Uma bomba que estourou há tempos, uma ferida aberta, uma gangrena menosprezada pelo sistema, um incêndio difícil de se conter. Ainda somos tema da faculdade em que mal podemos pôr os pés, mas o tempo não é de se calar, mesmo com a repressão batendo, é o momento de revidar, reagir ao revés."
- Webson A.
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