"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quarta-feira, 29 de junho de 2016

NEM QUE SEJA NO PEITO UM DO OUTRO... [Emicida - Passarinhos]

"Será que o sol sai pra um voo melhor
Eu vou esperar, talvez na primavera
O céu clareia e vem calor vê só
O que sobrou de nós e o que já era
Em colapso o planeta gira, tanta mentira
Aumenta a ira de quem sofre mudo
A página vira, o são delira, então a gente pira
E no meio disso tudo
Tamo tipo...






 Quando compartilhamos com alguém as nossas músicas prediletas, e essa pessoa consegue marcar de alguma forma, algum momento, ou até parte das nossas vidas, pode ter certeza, se um dia essa pessoa se afastar, aquela música que você gostava de ouvir com a mesma, jamais será apenas mais uma música boa, que você ouve sem pretensão. 

  A música fugiu um pouco do gênero do Rapper, com uma leveza musical que foi valorizada ainda mais com a doce vez de Vanessa da Matta, o clipe oficial retrata a vida de um jovem engraxate, que sonha em trabalhar na livraria onde se passa toda a cena do clipe. No final de tudo, Emicida passa o "bastão" ao jovem, que finalmente consegue seu objetivo.



 Mas a música Passarinhos de Emicida, sugere que algo mais próximo da liberdade, "soltos a voar"... Sabemos que os passos e até a maneira de lidar com os relacionamentos mudam, seja qual for a relação. O fracasso é a consequência que mais altera a maneira que temos de encarar algo novamente. E por mais que estejamos dispostos a achar um ninho, ele pode não ser no peito de outros. 

  Acanhado entre discos, livros, pensamentos, e sonhos... Nem sempre inofensivos. Mudando as letras das músicas compostas, pra viver sonhos diferentes. Ver olhares brilhando, novamente. Viver momentos em que a vontade de ambos não sejam opostas. Querer e fazer tudo certo novamente, apostas?

terça-feira, 28 de junho de 2016

QUEM INVENTOU O AMOR? [Legião Urbana - Antes das Seis]

 "Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
Quero ficar só com você..."

Reprodução/Internet

Creio que Legião Urbana embalou muitos casais nas décadas de 80 e 90 do século passado, e até hoje embala. Desde pequeno escuto as músicas dos caras, e na minha modesta opinião, eles foram a melhor banda que esse país já teve. Com suas letras cheias de entrelinhas e enigmas, tive que crescer para entender algumas músicas por completas. 

 A abordagem de hoje é sobre uma música que sinceramente eu conheci por acaso, e foi justamente vendo uma animação francesa que servia como clipe não-oficial. E tanto esse clipe como essa música serviram como moldes para a minha memória fotográfica, quando ando só e passa aquele velho filme na minha mente. 


 Toda identificação pessoal com a animação vem dela retratar um casal comum, com defeitos e qualidades, sonhos e medos, que talvez consigam viver um longe do outro, mas que na verdade não querem. Eles não suportam o fato da distância, as bobagens, as manias, as vontades... tornam-se comuns à ambas as partes. Dizem que estamos envolvidos com alguém quando pegamos as mesmas manias da outra pessoa.

Esse clipe é mais daqueles viciantes, que mesmo depois de conhece-lo, sempre que você for vê-lo, vai colocar pra rodar mais de uma vez.








quarta-feira, 22 de junho de 2016

Desigualdade rima com hipocrisia

Reprodução/Internet


 Ontem, voltando de um determinado local, tarde da noite, como sempre pensava coisas aleatórias dentro de um ônibus, quando sobre no ônibus um menino, com mais ou menos 12 anos de idade, ele distribuiu um bilhete que dizia: "Ajude-me por favor, minha família não tem condições nem pra comprar comida." Ou algo parecido com isso. Eu peguei, e como sempre parei pra ver a reação das pessoas ao meu redor, algumas seguraram o bilhete, outras leram, várias ignoraram. Eu tomei pra mim o que "supostamente" aquele jovem estava passando, é claro que a dificuldade vem pra todos, muita gente ali talvez nem tivesse algumas moedas na carteira, há contas pra pagar e famílias para se alimentar.
 O garoto distribuiu os bilhetes, sentou num canto, depois de uns minutos, ele levantou o começou a recolher seus bilhetes, a cada gesto de indiferença ele parecia ficar mais triste, e apenas eu parecia sentir o que ele sentia. Havia uma senhora sentada ao meu lado, ela nem tinha pego o bilhete, mas a reação dela foi a mesma do garoto, quando viu um jovem, de boné virado, suado do futebol, tirar todo dinheiro que tinha na carteira e dar a ele, eram "apenas" 5 reais. Ele agradeceu, sorriu como se dissesse; "Que bom, vou comer algo." e desceu do ônibus. 

A senhora do lado, sem que eu perguntasse, tentou justificar, dizendo que tem gente que pede pra usar droga, que os pais devem ser viciados, que é melhor não dar... Eu justifiquei; "Sabe o dízimo? Eu pego dessa forma. Sabe o paraíso? Eu busco dessa maneira, pra mim pouco importa a situação, importa fazer a parte que me cabe, eu tenho o que comer em casa, será que ele tem? Será que ele tem casa pra voltar? Ele precisa daquele dinheiro mais que eu.
- Pego-me refletindo sobre quais são as perspectivas de crianças assim. Infelizmente não será incomum ele entrar no crime, qual a estrutura aquela criança tem? É sério que ele tem as mesmas chances que todas crianças da idade dele?

segunda-feira, 20 de junho de 2016

As Razões de Um Louco #49 - Flores Roubadas

 "As vezes ando só trocando passos com a solidão..." Momentos que eram nossos, e que dificilmente com outro alguém voltarão. Ainda é estranho fazer versos livres descrevendo passados tão distantes da realidade atual. Ainda era bem menino na época das flores roubadas, achava engraçado e lindo o jeito que ela olhava pra mim quando eu dizia ou fazia algo bobo, sei lá, talvez parecesse infantil, mas era o preço de fazê-la sorrir, e ver aquele sorriso lindo surgir por algo que eu fiz, não tinha preço.

 "Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre sem saber que o "pra sempre, sempre acaba..." E de fato, nada vai conseguir mudar o que ficou. E mais uma vez escrevo nos trilhos do passado, que pelo que se desenha, ainda nem passou, é tão presente quanto o cheiro no meu lençol, ou as freses bobas nos meus cadernos antigos... Incomum, alguns amigos, meus amigos, que eu tornei seus. 

 "Não há mais brilhos nas sombras, andei às cegas..." Não houve mais a conexão das almas, ao segurar em outras mãos, a mais próxima de algo parecido foi a da solidão. Maldita memória fotográfica, infeliz seja minha mania de lembrar ao olhar as flores, com outra estar, e lembrar outros momentos, outros sabores. 

 "Em uma outra vida, seremos eternos, manteremos vivas as nossas promessas, seremos nós contra o mundo..." Em uma outra vida (ou nessa), a gente pode ser ligar num momento qualquer, irmos para aqueles lugares de sempre, quem sabe passa um filme, quem sabe os muros são baixos, e eu volte a ser um menino, escale-os para ter as mesmas flores roubadas... Não repetir os passos, e como um espelho do tempo, poderemos ver que quase nada mudou, enfim... 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

As Razões de Um Louco #48 - Batidas do Coração



"Nessa mania minha
De querer o que nem deveria
Lutar, pelo que não conseguiria 
Tentar a vida
Que jamais alcançaria 
Viver, dia após dia
Buscando sempre uma nova alegria
Salvando vidas do tédio
Levando comigo o desconforto, a agonia
Incomodando as prisões mentais
Levando sorrisos
Não banais 
Criando textos
Todos iguais.

Andando um passo de cada vez
Querendo destinos incertos?
Talvez
Levando comigo
Pessoas
Sonhos
Passado
Lágrimas
Felicidades
Eu sei. 

São lágrimas no quarto escuro
Paredes antigas
Que ouviram segredos
Que hoje me contam
De um jeito duro:
"Acabou, passou, terminou
ESQUEÇA AQUI TUDO."

Silêncio profundo
Versos com mundo
Tanto que barulho do "busão"
Com fones de ouvido
Em meio a multidão
Faz poesia na mente
Olhando a imensidão 
Ouvindo o sangue correr nas veias
Como trilha sonora
As batidas do seu coração."



terça-feira, 14 de junho de 2016

APAGA A FUMAÇA DO REVOLVER, DA PISTOLA... [Gabriel o Pensador - Cachimbo da Paz]

"Uma jovem que bebeu demais
Atropelou um padre e os noivos 
Na porta da igreja
E pro índio nada mais faz sentido
Com tantas drogas
Por que só o seu cachimbo é proibido?"


 Eu passei a infância inteira sem entender essa música, cantava aquele refrão simples e que pra mim não tinha nenhum sentido. Anos se passaram e agora vejo o quão política essa música é. A história da música é feita em cima do "Índio", que vem pra "cidade grande" como Ministro da Justiça, e como a nossa "Tribo" é muito nervosa e violenta, ele teve uma ideia muito pra acalmar todos: O CACHIMBO DA PAZ. 


Reprodução/Internet

O Índio tinha razão, nossa tribo é atrasada demais. Tomamos inúmeros produtos cancerígenos, que causam problemas de saúde as vezes até irreversíveis, como: Cigarros, remédios, álcool... Além de outras comuns que passam quase despercebidas por nós. 


 Essa música é tão atual, e pela forma arcaica que é constituída a sociedade brasileira, será por muito tempo. Onde um monte de pessoas que não estudaram o assunto, desde os efeitos, aos meios de legalização mais adequados decidem o que todos devem ou não usar. 

 "O cachimbo do Índio continua proibido, mas se você quer comprar é mais fácil que pão. Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho Índio na prisão!"

segunda-feira, 13 de junho de 2016

EU NÃO FICARIA BEM NA SUA ESTANTE, OU FICARIA... [Pitty - Na Sua Estante]

"Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não fecham
Não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar..."





 Te vejo errando, isso não é pecado, exceto quando faz outra pessoa sangrar... E sim, talvez seja uma lástima fazer alguém sangrar, e o pior é saber que esse tipo de "ferida" quase sempre é aberta nas pessoas que mais temos apreço. Temos que entender que seremos o fogo que causa o incêndio, e aquele vem apagar. O motivo da insônia, o melhor sonho, a noite tranquila. 




 "Nós estávamos o tempo todo, um ao lado do outro, mas nossa presença já não era tão relevante, ninguém viu." 

 Esse é mais dos "hinos" que tenho na vida, não sendo usado como combustível de uma mágoa qualquer, mas sim pra lembrar da importância das coisas da vida, das pessoas, principalmente. Numa playlist de músicas reflexivas, essa não faltaria jamais. 

sexta-feira, 10 de junho de 2016

"BOA ESPERANÇA" SÓ SE FAZ COM LUTA! [Emicida - Boa Esperança]

"Por mais que você corra irmã
Pra sua guerra, vão nem se lixar
Esse é o xis da questão
Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
Negreiros a re-traficar
Favela ainda é senzala, Jão
Bomba relógio prestes a estourar."



 Comecei com a poesia que forma esse curta metragem da vida real, mais uma vez o RAP trouxe a realidade à tona. A música "Boa Esperança" veio dar mais um tapa sem mão na sociedade, como "Nego Drama", "Um Homem na Estrada" e tantos outros RAP's. 

 Esse clipe tem como ideia mostrar um lado que sabemos existir, mas que muitos negam por puro comodismo. A exploração dos trabalhadores domésticos entre outros cargos de "menor" expressão para a sociedade é quase sempre vista como "comum" ou "caso isolado". As mortes sob causas suspeitas proporcionadas pela polícia país à fora é também citada nas entrelinhas dessa música, entre outras abordagens pertinentes feitas. Ouçam:




"O tempero do mar foi lágrima de preto, o sangue do derramado nas cidades brasileiras a cada 23 minutos também é. Por mais que você corra irmão, a nossa guerra pra eles, sempre será em vão. E sabe o xis da questão? Sua raiz, sua cor jogadas de lado, coisas do "inimigo", dizem sobre o seu orixá. Os camburão, ah, os o camburão... passam deixando um rastro de dor, perdas, lembranças tipo Auschwitz, "olha, morreu mais um, era pobre, olha lá". Favela sempre foi senzala, Jão! Uma bomba que estourou há tempos, uma ferida aberta, uma gangrena menosprezada pelo sistema, um incêndio difícil de se conter. Ainda somos tema da faculdade em que mal podemos pôr os pés, mas o tempo não é de se calar, mesmo com a repressão batendo, é o momento de revidar, reagir ao revés."
 - Webson A. 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

As Razões de Um Louco #47 - Redefinições

 Já ganhei achando que perdi, horas horas que unidas se tornam dia, que se tornam meses, que se tornam anos... Anos, passam e a distância acaba sendo irrelevante, tanto que nunca foi diminuída, jamais foi aumentada, sempre estivesses próxima, mesmo com toda a distância. 

 Saudade, elevada à uma alto grau de desespero, todas as vezes que sonhei e tive que perder o momento por ter que acordar. Ou quando ouvimos aquelas músicas que são criptografadas com lembranças de um passado recente, tão presentes como as batidas aceleradas do coração.

 Amizade, todas as vezes que choramos (quase sempre eu), quando o mundo deu mostras que não seria tão simples sustentar com tanta alegria as dores que ele nos trás. Todas as vezes que resolvi deixar meu mundo de lado para segurar o seu. Como se nada mais bastasse para mim naquele instante, como se o essencial realmente fugisse aos olhos, o essencial era te fazer sorrir

 Palavras, sempre te faltaram quando eu escrevi pra você, mas entendo que essa é sua forma de me dizer o quanto ficou emocionada ao me ouvir dizer ou escrever aquilo. Palavras, são tantas que se confundem, são importantes e complexas quando temos que descrever as coisas importantes da vida. Inúteis e irrelevantes, quando temos que descrever pessoas indescritíveis, nenhuma palavra basta. 

 Emoção, lembrar te fazer dar gargalhadas loucas durante as ligações nas madrugadas. Da rima fácil que era feita quando nos ligávamos, aos sentimentos mais variados, e mesmo com o verso livre, era tão simples saber que estávamos nos descrevendo.

 Companheirismo, saber que podem passar meses sem que nós não nos falemos, quando eu falar, vou querer inutilmente ajudar a te fazer sair de qualquer "bad" que você tiver. Afastar aquela mesa chata, lavar a louça depois do nosso almoço, me fazer de bobo pra te fazer sorrir.

 Amor, sentimento ou ato de fazer todas as coisas além das possíveis para acrescentar algo de bom, um sorriso, uma felicidade, uma vitória ou qualquer outra coisa que faça aquela pessoa entender que essa é pessoa é muito importante. Alterar sua rotina por alguém, adaptar sua vida a vida de outra pessoa, e mesmo depois de tantas redefinições, ainda ver tantas coisas a serem redefinidas. 

 O quadro de lembranças têm novas imagens acrescentadas, criam-se novas playlists, novos olhares, novos abraços, novas histórias. E mesmo assim, apesar de tudo, nada será apagado. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

A MAIS NOVA RECORDAÇÃO. [Emicida - Madagascar]


"Noites de Madagascar
Quantas estrelas vi ali
Em seu olharCoisa com as quais
Posso me acostumar facin'
Posso me acostumar facin'
Céu azul, verde mar
Pássaros, pássaros, pássaros a cantar
São coisas com as quais
Posso me acostumar 
facin'Posso me acostumar facin'"





Que tem um pouco de música nessa emoção do Emicida, ops, um "pouco" de emoção na música do Emicida todos nós sabemos. Ele acaba de soltar mais um vídeo-clipe de uma das faixas do seu mais recente álbum. 

 "Madagascar" traz um clipe tão leve quanto a própria música, mostrando a evolução musical do Emicida, que não deixou a essência do RAP, mas soube misturar outros ritmos ao seu som, tornando-o um dos melhores da atualidade.

Clipe oficial lançado hoje:



"Ela diz que trava, que fica com os dois pés lá atrás quando se trata de relação, mas que emoção é essa? Que não consegue ser levada por menos do que precisa ser. Por mais que não precisemos provar nem correr, nem sofrer por isso. Trago comigo uma vontade inexplicável de escrever poesias, mas ao mesmo tempo as rimas somem, são levadas pela imagem dos momentos que ainda nem vivi."