"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


RECEBA ATUALIZAÇÕES NO SEU EMAIL

sábado, 22 de fevereiro de 2020

ELA



Um dia
Duas semanas
Até, quem sabe, mais que isso.
Horas, momentos, lamentos
Dias de sol, praia e vento.
Passado, presente e futuro.
Sobre momentos, para todos,
mas a vida é dela.

Cheiros, bares, sabores.
Contas, tesão, paixão (ou não).
Metade de quase tudo,
ou quase nada.
Sobre confusão,
o que escrevi, pensei e chorei.
Era louco,
mas claro, só ela.

Tudo pra quem teve pouco,
ou quase tudo.
Na verdade,
Era tudo metade, mas era grande.
E eu não menti, 
mas sabia que estava sendo visto errado.
Não era tudo, real.
E o real hoje está cada dia valendo menos,
nessa bolsa, ela é dólar.

Eram cerveja gelada,
e dia de porre, vodka doce.
Nas tardes de parque,
achocolatado.
Coisas que adorei,
até café, que entorpece me sistema.
E para vocês tira o sono,
para mim acalma.
Eram isso aí, ela é essência,
essencial, água.

Ela é boa
De ouvir
De tocar
De lembrar
De viver
De sentir
Outras pessoas também,
porém, é sobre ela.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

As Razões de Um Louco #97 -

 Eu não queria um romance, mais. Eu topei por um fator: amor. E não era algo visivelmente emocionado. Era quase como uma constatação, uma regra matemática com poucas variáveis e um resultado exato. O problema é que eu sou de humanas. Frio, mas humano. Era tão nós, e eles pareciam cegos, algo que não desataria tão simplesmente. E não desataram.

 E quem entender vai ver que nunca desatam. Que certas feridas não fecham, eu era cura, as vezes. Mas de resto, doença. Daquelas que deixa de cama, as vezes pelo prazer, as vezes pelo amor, mas também pela dor, saudade. 

 Quem vai entender a vida depois de ter renascido para alguém, e ter deixado de viver para a outra pessoa viver seus sonhos, mesmo que não seja com você? Quem vai me perdoar, mesmo sabendo que nem eu me perdoo até hoje, eu vivo, mas se alma existisse como forma real, a minha estaria olhando para o mar e sentindo saudades de quando era viva. 

 1 ano, depois de vinte e sete são suficientes para entender sobre o que era importante. Apesar de as vezes parecer frio, aqui dentro tudo é quente, como a comida mais gostosa, e qualquer culinária lembra que a comida nem vai ter aquele mesmo sabor, a não ser que eu esteja novamente anestesiado pela droga do amor. 

 Ninguém entendeu quando estava doente e não fui ao médico, nem quando tive fome não consegui comer nada. Nem quando senti saudade e não surtei, atravessei meio mundo e matei a mesma. Mas eu entendo. As vezes que me tranquei e quis definhar aos poucos. Era Oásis, hoje apenas um deserto e ainda vivo das miragens. 

 E não tem Baby, Perfect... Mas, Te vi na rua ontem, e um resumo disso tudo, seria a Música mais triste do ano. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Presciosa

É que eu tive pensando,
em te ver, e se tiver chance,
tive pensando...
E nem pensei tanto,
além do teu sorriso fácil,
jeito simples.
De quem estava "aqui",
mesmo aí,
e sorria como se fossem anos, aqui.

É que eu estive pensando,
e eu nem parei pra pensar,
se imaginei o suficiente para querer,
sonhar, delirar,
ou apenas mexer com a mente.
É que a imaginação é fértil,
e nesse deserto que sou,
as vezes doente,
Sobre sorrir, você chega e eu, rio,
oásis.
Em dois segundos,
minha mente e a tranquilidade fazem as pazes.
E eu nem pensei, tanto.
Eu só de pensar no momento,
e o perfume for marcante,
o toque alucinante,
o sorriso, contagiante,
tipo feitiço, eu caio, tonto.
Guardo a mágoa,
deixo o que há de ruim de canto.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

POESIA MUDA



Disseram que era uma mistura de putaria,
erros de português e RAP.
Eu pensei em fazer algo bom, 
era só por hobbie
E descobri que o que é bom vende, 
e querendo ou não, compram.

Que linhas desconhecidas não mudam o mundo,
e eu falava alto, mas me ouviam tipo um mudo.
Que até o Papa é pop,
que se fosse menos crespas,
mais superficial, vendesse felicidade,
seria mais "top".

Trocaria o talento pelo alívio dos meus.
Os meus, que não são meus,
mas gosto de me incluir em algo,
dizer que sou parte dos seus.
Dizer que essa parte é nossa,
dizer que nosso trabalho virou.
E virou festa na quebrada,
e nossa testa nunca mais trombe uma quadrada.
E que nossa fé,
nunca mais seja roubada.

É que a gente desconfia quando tudo está bem,
acostumado com a merda até o pescoço.
Estamos no mesmo local,
indo pro abate, pronto para virar estatística,
com muito esforço morreremos como exemplo,
sonhos lindos ficaram apenas no esboço.

Alcides está aí de exemplo,
um outro fodido, que veio da lama o matou.
E a matéria bonita, do diamante que veio da lama,
se transformaram em dor, revolta, drama...
Agora reler tudo numa batida tipo racionais,
e fala sobre preto correr dez vezes mais,
que sobrevivendo no inferno é real,
que a maior subjetividade aqui é a paz.

Mais de trezentas letras erradas, sem som.
daquelas que não se canta das rádios,
não enriquece os pretos.
Não! Não vem me dizer que é choro.
Ontem chorei e vocês não estavam lá,
e a gente sempre pedia socorro.
Hoje nas letras, na vida, é mato ou morro.