Involuntariamente, a gente se prende ao que foi bom num passado qualquer, algumas coisas viram regras, tipo a forma de olhar, os locais onde você anda e até as músicas viram trilhas sonoras das coisas. Quando olhar no rosto de alguém, ainda haverá a sombra de outras pessoas, e mesmo sem querer, sua mente vai relacionar sua atual convivência, a momentos anteriores a esse. Nem sempre por saudosismo ou algo assim, mas sim por lembrar mesmo, aos poucos as "sombras" diminuem, os passos te levarão à outros caminhos, outras músicas servirão de trilha sonora, os beijos terão sabores até melhores que os anteriores. A paciência nem sempre vai andar ao lado, a compreensão das outras pessoas também não! Vai ser sempre fácil fazer os conselhos clichês saírem como se todas as dores, incertezas e anseios fossem simples, e pudessem ser substituídos por umas cervejas, uma transa sem sentido e uma ressaca.
Esses conselhos que você mesmo já deve ter dado a alguém, e que agora não têm serventia pra si mesmo. Infelizmente (ou felizmente) a vida de quem sente mais por alguém do quê por si mesmo é assim, receio de ficar, receio de chegar, receio de sair, receio por não amar. Machucam-se pessoas, ferem-se sentimentos, mas não tem a ver com medo, jamais teria. É que a felicidade proveniente da possível infelicidade de alguém jamais será nobre.
Acho que o jeito frio e calculista com que consigo enxergar as situações que passam ao meu redor tem muito mais "amor" e compreensão do quê parece ser. Confessar que não ajo por impulso, apesar de defensor do sentimento "impensado", isso meio que esbarra nas incertezas. Eu não me entreguei à alguém em algum momento, eu fui rendido em alguma curva dessa que vida nos obriga a passar, como se ela quisesse nos certificar de que ela pode nos levar aonde desse na telha, até mesmo sem mostrar aonde vamos. E por mais que quiséssemos sempre nos certificar sobre tudo, a cada curva pode haver uma surpresa. No momento, a vida é numa imensa linha reta.
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