As Razões de Um Louco #81 - AOS MEUS

 Eu sei que as vezes sou muito introvertido, grosso, e hostil. É que a naturalidade sobre algumas questões que eu considero erradas me dão nos meus fracos nervos, e isso me faz algumas vezes querer o isolamento. Tentem entender, não julgar, meu olhar as vezes perdido, enquanto estou no meio de todos, levanto e quero ir embora, sofrer sozinho, em silêncio. Não é "drama", é angustia mesmo.

 Aos meus, desejo que sejam bem diferentes de mim, que não passem por metades das confusões mentais que eu tenho. Que jamais perca a fé, algo que eu não tenho mais, e que involuntariamente deixei de ter. Não adianta mais voltar, todos os templos são comuns e sem "vida", a própria fé na vida me falta, e agradeço vocês, os meus, por serem minha fé muitas vezes. 

 Não gosto de ser melancólico, calado e fechado o tempo todo. É que não faz é do meu perfil esconder tudo e fingir que está tudo indo como deveria estar. Creio que entender que precisa mudar me move mais ao que pode ser uma solução, esconder só me faria acabar aceitando que está tudo indo na contramão, e pior, vindo e batendo de frente comigo. 

 Desculpem-me quando eu saio sem dizer nada, volto como se nada tivesse acontecido. Talvez eu ainda não tenha aprendido as regras de convivência humana, ou simplesmente não queira vive-las, por pura teimosia ou discordância mesmo.

 Perdoe-me por todas as vezes que eu me senti um velho de 98 anos, querendo que minha vida acabe logo, pois achei que tinha vivido tudo, e que nada mais importaria e seria relevante para me motivar a continuar vivendo. Por todos os "amores" que eu quis e inventei, pelo afeto desnecessário que criei, por todas as pessoas que eu assustei com o meu jeito intenso de ser. Por todas as vezes que eu quis me matar sem sucesso, pois achei em cima da hora um motivo para continuar aqui reclamando de tudo.