Falaram que viam dor e sofrimento nas palavras
E que as palavras só refletem sentimentos
Então talvez agora tu entenda que não é moda escrever sobre lamento.
É que eu tava sofrendo, e ainda vejo o agora como ontem, vai vendo.
2021 é só outro nome pra anos que já aconteceram
Ou você acha que mudou por uma data?
Você acha que o "novo normal" é diferente do velho habitual?
É clichê demais falar que tudo vai ser igual ao que sempre foi
Que nos vestimos de hipocrisia e nos vestimos como tal.
É que de longe pareço raso,
de perto, profundo e denso demais.
Águas limpas, mas escuras igual a minha pele.
E não te convidei pra mergulhar,
não garanto que não gele,
aqui até eu me afogo,
aqui, nem eu consigo me salvar.
Aquela pessoa de janeiro ainda se parece com essa que escreve,
Com mais cabelo
Mais dúvidas do que certezas,
Isso serviu pra entender que o plano mais viável é não morrer.
Chutado, eu fui mais ninja
tive que fazer o de sempre, correr.
Mas não como sempre; fui pra cima.
A mesma sina
Buscando ouro, eu outras minas
Regando os planos sobre grana
Juntando os manos e bolando trama,
Mantendo aqui quem ainda me ama,
Ainda escrevendo como dor, não como fama.
Desculpa se você é novo e chegou aqui esperando um texto sobre aprendizado.
Todo dia se deve aprender,
Tropeçar te leva pra frente,
Mas ainda dá pra ir passo a passo.
E sobre o passado, falo de minutos atrás.
Vou lavar as roupas sujas que tenho comigo,
Para que ano que vem eu sofra menos,
Que eu retroceda menos, e pauta "progresso" seja mais eficaz.
Pra que sobreviver deixe de ser a regra,
e estar pleno seja o novo normal.
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