"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quarta-feira, 27 de abril de 2016

NÚMEROS FRIOS, ANJOS, E A INEVITÁVEL MORTE

 Não é novidade pra ninguém que mora no Recife, que as chuvas têm influência forte sobre as vidas dos recifenses, mesmo em intensidade baixa. Uma cidade com diferentes relevos, e que sofre com a ação direta das marés, propiciando alagamentos até mesmo em dias de sol, quando as águas avançam sobre as galerias criando "olhos d'água" dos bueiros cidade à fora. 

 Também temos os famosos "Altos" do Recife, alguns famosos, como o Morro da Conceição, local onde fica a imagem da santa com mesmo nome, onde em dezembro acontece a maior festa católica do estado, levando milhões de fieis ao local. Próximo, temos o Alto José do Pinho, uns dos berços da cultura pernambucana. Mas dessa vez vamos falar de uma tragédia que aconteceu na região dos dois últimos locais citados; o Alto José Bonifácio. 






No foco do cenário triste de fato, está João Agostinho da Silva, 38 anos. Parece apenas uma colocação poética do RAP, mas ele de fato é apenas mais um número para as autoridades, quando o período de chuva se forem, ele será apenas mais dado frio da triste realidade da cidade. O corpo de João foi encontra horas depois, mas a história está apenas começando...

 Com o passar dias, intervenções foram feitas no local, cortaram as árvores, desobstruiriam a  via... Mais a maior intervenção, foi feita por dois animais, os dois cães de João, que se negavam a sair do local, pois ainda estavam a procura do dono. 

 Eles cavavam, sentavam, deitavam, voltavam a procurar, seu amigo, não dono. Aí notamos que as mortes causadas pela negligência e necessidade de ter uma moradia não podem ser tratadas apenas como números frios. Números frios, anjos e a inevitável morte 

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