As Razões de Um Louco #81 - 9/9

 

 Ele saiu despretensiosamente da sua casa, só queria se divertir, encontrar uns manos, dançar, pular na piscina, beijar bocas desconhecidas, todas essas coisas que não têm responsabilidade alguma com sentir emoções pesadas, coisas que são vividas sem pressão. Mas a vida lhe reservava algo mais surpreendente do que apenas uns "amassos" legais com uma desconhecida. Ela era extrovertida, só queria beber até esquecer o mundo, dançar até as pernas doerem, se divertir como se não houvesse amanhã...  

 Ela caiu aos seus pés (literalmente), e mesmo tendo sido notada antes por ele, não era bem aquela a fantasia que ele tinha por ela quando avistou-a pela primeira vez aquela noite, mas, a vida nos reserva umas coisas que nem sempre podemos escolher.

 Ele não escolheu uma overdose, mas escolheu cuidar mais que os outros. Não escolheu as dores pós "pt", mas escolheu buscar o nome e todas as outras coisas possíveis daquela garota encantadora. Não pode escolher a situação e o local (como lhe é comum, pois é metódico demais), mas se pudesse escolher, escolheria fazer tudo outra vez. 

 E o destino é louco, agradeceu a semana inteira as dores e a preocupação. Lembrou durante dias as palavras ditas naquele momento intenso, o cuidado, como se fossem íntimos. O cabelo dela, ah... o cabelo dela... Cacheados, ele não conseguia parar de mexer nele...

 Beijou-a no rosto, falou "se cuida neném, eu tenho que ir agora", e partiu. Partiu o coração ao se despedir. Tudo isso é muito louco! O que estava acontecendo com sua noite de diversões intensas e vazias? Buscou por ela, achou-a.

 Poderia passar horas escrevendo todas os desejos bobos que teve em relação a ela, todas as formas de abraço que se imaginou dando, e os beijos que involuntariamente também vieram à sua mente. Mas o que ainda se sobressaia era a vontade de cuidar, de querer o bem, de fazer tudo para ela sorrisse e fosse feliz...