Nem sou eu que sinto saudades. Tudo bem do jeito que está, pra mim. Só estou tentando convencer as coisas ao meu redor do mesmo. Elas não conseguiram assimilar a ausência.
A moto sente falta da garupa, aquela garupa. Que ia à todos os lugares possíveis. Sente falta de ir à praia, de pegar a maior chuva pra deixar ela no trabalho.
E a cômoda? Sente o maior vazio, com o espaço do porta retrato que não está mais lá, passando a se sentir sem função, sentido. Afinal, é para isso que serve, né? Ter todas as coisas urgentes do dia a dia ali a mostra.
Eu tô bem demais, mas meu oufato, não está tanto... Ele vive confundindo os cheiros, pois vive buscando aquele que sempre estava aqui
Eu tô muito bem, obrigado. Mas os detalhes das coisas, as cores aqui desse local já não estão tão boas assim. Acho que eles sentem falta de alguma coisa.
Hoje eu até conversei. Sorri com as pessoas e recebi memes. Mas meu celular não parece muito bem, sem áudios gigantes e as fofocas mais aleatórias possíveis. É como se eu não precisasse mais usar... Como se os números e nomes sentissem falta de algum contato.
Eu me alimentei. Mas é como se só aquele caldinho me alimentasse bem. Por isso passei mal, deve ser meu estômago sentindo falta disso...
Eu tô bem, de verdade! Mas o que me cerca sente falta de um abraço, tipo casa. E eu me sinto um morador de rua.
Sigo, apesar da saudade que meus sonhos têm de ter uma razão, propósito. Eu tô bem, apesar da vida e da sua vontade sentirem falta disso e de outras coisas.