Quem vem de onde eu vim,
Não tem o direito de sofrer.
Não tem o direito de parar pela dor.
A gente chora para ter como se hidratar,
Enquanto se culpa por reclamar demais.
Tem gente nas mesmas que eu,
Me pedindo para agradecer pela dor de hoje,
"Tem gente pior, na rua, com fome"
Mas esse tipo de gente nunca estendeu a mão para ninguém,
E se esse rancor fosse comida,
Ninguém mais passaria fome.
Mais a crise, mais um dia
E parece que voltei a infância,
Mas, mais ninguém sentia dó,
E todas as vezes que choro, é só.
A cada pedido de moeda no sinal, um nó.
A cada dia esse poço e mais fundo,
a dia após dia, tudo pior.
Eu me senti fraco hoje,
ontem também.
A cada responsabilidade,
me sinto aquém.
A cada sensação, um porém.
A casa pedido ao universo, que me salve.
Amém.
A cada pessoa que entender sobre isso.
Amem.