O dia do casamento

Ele levanta, pensa... E logo começa a agir, vai a Igreja, e começa a organizar o grande dia, olha se os detalhes planejados durante meses estão saindo como pensado, mesmo cansado, faz questão de ter suas mãos nesse projeto, começa a pensar em como será, os olhares, o vestido, a mulher da sua vida entrando... Por mais que eles estejam acostumados com a presença um do outro, da porta da igreja até o altar, passa um filme que logo acaba, daí em diante parece que o amor aumenta, apesar da segurança do sentimento já existente, eles parecem garotos, que vão ter a obrigação de reaprender a andar pela vida... Enquanto ele arruma com cuida as rosas brancas que ele escolheu, pois sabia que essas são as preferidas de sua amada, do outro lado da cidade, ela se arruma para seu grande dia, vestido lindo, véu enorme, cabelo, maquiagem... A mente dele viaja ao encontro do passado, aos momentos difíceis, as loucuras feitas com muito amor e carinho por ela, como na vezes que ela mandava-o embora, dizendo pra que ele esquece-a, mas ligava, antes que ele chegasse em sua casa, chorando, pedido pra que ela a perdoasse, que ela era louca mesmo, que não suportaria viver sem ele... E ele voltava, apenas pra mostrar o quanto se preocupa, apenas pelo abraço, pelo afeto, por saber o quanto o bem-estar dela reflete em si mesmo. Nessa confusão mental, as horas foram passando, e ele tinha concluído os detalhes, foi então se arrumar. Como de costume, ele quis ser discreto, pois entendia que nesse dia, o centro das atenções seria a noiva, o dia era importante, mas ela sempre foi mais. Ele chega cedo ao local, recebe os convidados com muita satisfação, passado algum tempo, era a hora de esperar o atraso de sua futura esposa (risos), mas isso na mente era apenas um tempo pra ama-la ainda mais. Ela chega, mais linda do que ele pode explicar, sorri pra ele assim que o vê, e é nesse momento que o corredor parece ter quilômetros, mas pelo menos a imagem vista era daquela garota, e mesmo estando com ela antes mesmo desse momento, a cada passo ele se "reapaixonava", ao chegar, pegou nas mãos dela, e tudo parecia como na primeira vez, no ônibus, quando numa loucura, eles se conheceram pela primeira vez, era um misto de coração acelerado com uma calma divina... "Ufa, estou diante da minha vida." Pensou ele, mas antes desse momento, as promessas de uma vida já tinham sido feitas, num quarto escuro, numa cama estreita. E bem antes do "sim", ele acordou, no mesmo quarto escuro, naquela cama estreita... Enfim, ela não estava mais ali, e ele não sabe se viveu um sonho, ou se sonhou uma vida.