Mais uma vez Emicida lança um vídeo-clipe... E mais uma vez daria um filme. A letra já significativa da música "Chapa", ficou ainda mais importante, do ponto de vista da crítica que a música faz.
"Mães de vítimas da violência policial do Rio de Janeiro e de São Paulo inspiram o trabalho do rapper, em música que fala sobre saudade e ausência de um ente querido"
Mães de jovens assasinados pela polícia participam do clipe de Emicida | Foto: Reprodução |
"Johnathan foi um “Chapa”. A persistente reivindicação por justiça de sua mãe Ana Paula significa continuar cuidando do seu filho, como se a sua voz fosse a dele. Lutar é preencher a ausência, que traz consequências emocionais significativas. Ela percebe uma tendência ao esquecimento de algumas coisas e dificuldade de concentração. Vira e mexe se pega com o pensamento longe. “Hoje, eu estou aí, condenada a viver o resto da minha vida com a saudade”. Alessandro Marcelino, o policial acusado de executar Johnathan, ainda está livre.
“Um dia uma amiga disse que o alvo do genocídio, dessa violência policial, é o fruto do útero da mulher negra. Tiram da gente o direito de conviver com os nossos filhos. E isso não é de agora, né? Antigamente, os filhos das mulheres negras eram tirados dos seios das suas mães para que elas amamentassem os filhos dos brancos. E algumas crianças morriam de fome, desnutridas. Isso sempre foi assim. Arrancam nossos filhos do nosso convívio”, diz Ana."
"Chapa, pode pá
Tô feliz de te trombar
Da hora..."
A música é pura poesia + história, ela mostra quantos "chapas" não voltam para casa todos os dias por conta de "sumiços" contestáveis. Além de dados seguros do mapa desses desaparecimentos. Pura arte!
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