“Sabe aqueles momentos que parece que não vão se repetir?
Normalmente não se repetem, tanto, que quando um deles ressurge, apesar de
sabermos bem no que pode dar, o que pode ocorrer depois, as emoções voltam, e
por mais que a gente tente não sentir, a gente sente.
Acontece que eu de
fato esperava que fosse ocorrer, o mundo é uma enorme prisão, nas voltas dele,
podemos nos deparar com o passado a qualquer esquina, não foi diferente comigo.
Tudo bem que nós facilitamos, acho que apesar da pouca idade antes, entendemos
o quão era bacana a presença de um na vida do outro, mesmo tantos desacertos,
tropeços e caminhos tortuosos, estamos aqui (não sabemos bem onde estamos), mas
estamos.
Somos adultos agora,
mas as sensações mais inseguras fizeram parte do reencontro, o mesmo local, a
mesma rua, o mesmo frio na barriga, o abraço, o calor, o medo, a incerteza.
Programinha de casal, apesar de sermos apenas bons amigos, acho que para
compensar o que não pudemos fazer antes.
Trajes a rigor, mãos
dadas, éramos um perfeito casal, e não sei ao certo onde eu estava, quando as
lembranças vinham acompanhadas de músicas antigas, trilhas sonoras do passado
que estava ali ao lado, o mais certo era viver dali em diante, mas minhas
lembranças são tão vivas e fortes, que quase comandam meus atos diários.
Tiramos de lição, que
somos nós que deixamos o passado voltar, nós caminhamos de encontro a ele, cabe
a nós deixar ele nos encontrar ou não. Sempre vamos sofrer, a questão é: Valeu
apena o prazer que veio antes dessa dor?”
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