"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Pedrada na Cara - [Emicida - É Preciso dar um Jeito]

 Imagino que poucos ouviram essa PEDRADA que é esse som, apesar de ser de 2012, ela tem uma letra tão contextualizada quanto "Mandume" ou "Boa Esperança", que demonstra que Emicida sempre foi maduro, e foi apenas aperfeiçoando sem dom de rimar com os elementos do mundo, levando sempre de forma crítica suas letras. 



 Qualquer texto chega a ser dispensável para introduzir a letra dessa música, sendo que ela é mais uma daquelas que nos fazem ir buscar sobre as pessoas e elementos cantados nela. Deixo a letra e o clipe, que saiu no fim do ano passado, e poucos conhecem esse som maravilhoso.



                                           

(É preciso dar um jeito) 
É preciso dar um jeito, irmão
 Olha o mundão
 É preciso dar um jeito mesmo 
2012, séc. XXI
Emicida, Laudz
Ei, zica, vai lá!


Ai, somos enxada e fome, a fé dos homi
A pé sem nome, terra de foices, martelos e iPhones
Sem sobrenomes, só codinomes
Onde se é o que se consome
Geram-se clones, eu vim ser o ciclone  
     "Amor supremo", Coltrane
"Amor supremo", Coltrane
Sem super homem, rapaz comum Hurricane
Aos 26 pra foder, tipo Scarface
No milho podre, eu vim fazer minhas leis
Tipo Belchior e Vandré, é, são
Mártires com fã Zé, jão
Revolução
Além do som, a quem do cão, tensão
Vem, calos a sóis em redes sociais, bem São Paulo
Com a cor de quem morreu feto
Tudo inseto, com calcanhar rachado
Com sonho e sem teto
A vida irrita a arte, sociedade
Tio, se nóiz é sócio, então cadê nossa parte, irmão?

(Eu cheguei de muito longe)
Eles nem fazem ideia
(E a viagem foi tão longa)
Mesmo assim eu vim
(E na minha caminhada)
Ninguém viu
(Obstáculos na estrada)
Só eu sei
(Mas enfim, aqui estou)

Motiva o que eu falo pro povo, Aldous Huxley
"Admirável Mundo Novo", eu saquei
O bem-te-vi e a cascavel
E a gana de se manter Mário Quintana
Numa terra de Maquiavél
É fel, é céu, cruel, nota
Cês mata os índios e vende cocar com logo da Copa
Afunda na coca, depressão
Ditadura ridícula, canta liberdade e vive a repressão
Isso é bem América Latina
Pablo Neruda, Escobar, José Carlos dos Reis ensina
De forma fria, temo que nossas panelas vazia
Inspire menos mudança, só poesia
É o futuro 2.0, nóiz contra o Alto Clero
Claro quem te invoca enquanto eles joga, cão advoga
Nossa senhora roga pelo inferno
Onde se vê, mas não se fala de racismo, sexo e drogas

(Eu cheguei de muito longe)
Eles nem fazem ideia
(E a viagem foi tão longa)
Mesmo assim eu vim
(E na minha caminhada)
Ninguém viu
(Obstáculos na estrada)
Só eu sei
(Mas enfim, aqui estou)

[Verso 3]

Consumidores de tendência
Aguardam a nova diretriz
Meus valores dizem calma
Não se afaste da raiz
Consumidores de tendência
Aguardam a nova diretriz
Meus valores dizem calma
o se afaste da raiz

Ó o progresso, olha de novo

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