"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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terça-feira, 17 de abril de 2018

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE UM SONHO


 Como assim não houve amor? Você não teve a sensibilidade de enxergar a beleza desse dia frio na chuva, quando atravessei horizontes pra te ver? Igual quando eu eu chorei emocionado nas vezes que você me disse eu era o amor da sua vida.

 Talvez a espera do "mais" ofusque a gente, faça com que percamos a capacidade fina de notar os belos gestos diários. Sei que não é tão relevante como um buquê de flores, mas você lembra sorrimos no meio do trânsito caótico? Isso era amor, e daqueles enormes. E sabe, eu não queria estar mais em nenhum outro lugar.


 Me perdoa se eu vivi a realidade que nos cerca sem perceber que o castelo estava caindo. Eu juro que ontem mesmo você me amava, até o momento do adeus e depois dele.

 Me desculpe os vacilos mais toscos, os momentos de vergonha e todas as vezes que te acordei sem querer (ou querendo). Mas confesso que já chorei tantas vezes te olhando, emocionado. Se até os heróis têm ponto fraco, imagina eu, que o maior superpoder é emendar palavras e dores na mesma frase.


São memórias póstumas de um sonho melancólico. Como se tivesse perdido um membro sem que ele estivesse ruim, como num acidente trágico. Nós deixamos, e com isso, deixarei todos os planos de lado. Involuntariamente, eu não sei pra onde ir, não sei onde a minha vida se encaixa, sou pedras soltas vagando no espaço. Órfã do abraço que mais adorava, sou amante das lembranças do que não vou mais viver como queria. 

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