Hoje fugi de mim em mim
Apesar de tudo era o mesmo pavio curto
Bomba silenciosa e devastadora
Como a fome antes
Isso consome por dentro agora
Talvez chegue o dia da prova
O momento de ir fora
De mim, tudo que já está fora
A calma da idade
A pressa por viver agora
O pavio era longo
A bomba atômica, química
Antes estrelinha de São João
Agora barril de pólvora.
Na volta da fuga
Gordo me pegou e colocou de castigo
Disse que não era assim que funcionava
"Você já cresceu seu moleque"
A dor se alastrava, igual à peste
"Senta aqui e escuta o que digo"
Era meu eu me colocando em perigo.
Olhava os braços e suas cicatrizes de fogo
Virei para o céu como dia da quase morte do corpo
A alma tinha ido há tempos
Ser jovem e ver a vida no passado é morrer
Sonhar é gasolina, querer
Combustível de motor
Motivação, amor
Nos move
Queima, destrói
É também coquetel molotov.
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