SENHOR CANDIDATO

Senhor candidato,
Seu heroísmo é fraco;
Seus seguidores, fascistas -
Mas nem todos -
Muitos desesperados, Não viram quando você comparou preto a gado.

Senhor candidato,
O senhor ainda não notou
A real violência,
A PM não precisou
De carta branca pra matar.
Digo por vivência:
Ela mata todos os dias!
Vide Marcos Vinícius na indecência

Se foi Marielle e ficaram sua ideias.
Você não disse nada por achar desnecessária a  polêmica
Seus eleitores espalharam horrores pra manchar
O nome de uma inocente
'Cê lembra?

Senhor candidato,
Você quer arma para impor sua vontade. Assuma!
Seus fieis iludidos, em parte, são como você.
E deles, desses, de você, eu só espero violência.

Matarei nos argumentos, os que questionarem;
Na ideologia, os que debaterem.
Sem flor,
Se guerra tiver,
Seja como for,
Não terá massagem.

Para os mais radicais,
Se me apontarem arma, não vou dar a outra face.
Apontou arma e falou em tortura e expulsão,
Quis a extinção de minorias e diz que não espalhou ódio?
"No veneno, igual água e sódio"

Senhor candidato,
Chegando lá onde o senhor deseja,
Lembre que mulheres, negros e gays, juntos, são maioria.
A Queda da Bastilha e as revoltas de um povo contra cruéis começaram assim.

Mudando de assunto,
Seu sangue não vale mais que o meu, nem o de ninguém
Mas o senhor, que o viu escorrer [pois eu não vi!],
Entendeu o valor de um povo educado, desarmado?

Vidas humanas são iguais, senhor candidato!
Então,
Para a saúde de todos, Façamos um trato:

Nada de metralhar pessoas,
Saudar torturador e humilhar imigrantes!
Zumbi vive! Ustra, jamais!
Se o senhor for capaz
de chegar
Não serão mais facas nas mãos dos rebeldes.