Disseram que era uma mistura de putaria,
erros de português e RAP.
Eu pensei em fazer algo bom,
era só por hobbie
E descobri que o que é bom vende,
e querendo ou não, compram.
Que linhas desconhecidas não mudam o mundo,
e eu falava alto, mas me ouviam tipo um mudo.
Que até o Papa é pop,
que se fosse menos crespas,
mais superficial, vendesse felicidade,
seria mais "top".
Trocaria o talento pelo alívio dos meus.
Os meus, que não são meus,
mas gosto de me incluir em algo,
dizer que sou parte dos seus.
Dizer que essa parte é nossa,
dizer que nosso trabalho virou.
E virou festa na quebrada,
e nossa testa nunca mais trombe uma quadrada.
E que nossa fé,
nunca mais seja roubada.
É que a gente desconfia quando tudo está bem,
acostumado com a merda até o pescoço.
Estamos no mesmo local,
indo pro abate, pronto para virar estatística,
com muito esforço morreremos como exemplo,
sonhos lindos ficaram apenas no esboço.
Alcides está aí de exemplo,
um outro fodido, que veio da lama o matou.
E a matéria bonita, do diamante que veio da lama,
se transformaram em dor, revolta, drama...
Agora reler tudo numa batida tipo racionais,
e fala sobre preto correr dez vezes mais,
que sobrevivendo no inferno é real,
que a maior subjetividade aqui é a paz.
Mais de trezentas letras erradas, sem som.
daquelas que não se canta das rádios,
não enriquece os pretos.
Não! Não vem me dizer que é choro.
Ontem chorei e vocês não estavam lá,
e a gente sempre pedia socorro.
Hoje nas letras, na vida, é mato ou morro.
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