"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O "Onipresente" vendedor de flores do Recife

Foto: Caio Queiroz 
 Lembro-me da primeira vez que eu vi este cara, ele é mais uma daquelas figuras folclóricas do Recife, e provavelmente estará nas lembranças dos que costumam frequentar as praças e e pontos turísticos da capital pernambucana. 

 Esse texto foi motivado por outro que saiu essa semana no Parlatório: "O dia em que o vendedor de flores salvou uma relação." Isso me fez lembra uma história vivida por mim mesmo ano passado, lembro de já ter visto esse vendedor outras vezes no Marco Zero, ele sempre chegava nos casais e quase convencia um dos dois a comprar pelo menos uma de suas flores. Eu já tinha passado pela centésima decepção amorosa, sempre ia lá pois sempre pensei em levar minha namorada lá, e ficava ali olhando as ondas quebrarem no Parque das Esculturas, via aqueles barcos indo e vindo... Até uma vez já fui ao outro lado com meus amigos do curso de web design, mas essa é outra história. 


 Já fazia um tempo que eu tinha terminado meu último relacionamento, quer dizer, ela tinha terminado. Mas era como se o lado idiota da minha mente não tivesse deixado de lado todas as coisas que a gente tinha vivido, uma parte de mim ainda queria ir aos locais de antes, ainda queria ter o perfume do shampoo no travesseiro, ainda insistia em guardar numa pasta oculta no facebook as fotos da gente juntos. Naquele dia faríamos 2 anos de relacionamento se estivéssemos juntos, e ela me propôs: - Vamos sair pra comemorar? Eu fiquei meio sem saber o que dizer, eu queria tanto aquilo, mesmo sabendo que seria prejudicial a mim depois, eu topei. 


Adiantando a história... Chegamos no Marco Zero (lugar onde eu sempre quis ir namorando), e ficamos uns minutos em silêncio, olhando pro nada... Eu estava desesperadoramente feliz com aquilo, mesmo sabendo que cada momento poderia ser o último, olha que loucura, estávamos comemorando uma data que nem existia. Era tudo igual, o jeito de olhar, o toque... Enfim. 

 Chegou o lendário vendedor de flores, e antes que ele dissesse algo, eu lhe pedi duas flores, e como tudo é bem simbólico e programado quando se trata de mim, isso tinha um significado; as flores compradas representavam cada ano que passamos juntos, e que eu sempre quis comprar uma daquelas flores para ela e nunca tinha tido oportunidade antes. O vendedor sempre "conversador", proseou um pouco comigo, desejou felicidades ao casal e foi embora, oferecer seu produto a outros casais. 


 Na hora de irmos embora, eu roubei flores no caminho, fiz um buquê e dei para ela, ela olhou triste pra mim, acho que ali tínhamos entendido que era realmente o fim. Restaram as lembranças, os planos perdidos, e os momento marcantes. Aquele cara fez parte daquele momento... 


 Imagino que o "onipresente" vendedor tem diversas histórias pra contar, e que outras pessoas têm relatos relacionados a ele, não será esquecido jamais.

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