"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Velha infância...

 No Japão as pessoas mais velhas são tratadas com fontes de sabedoria, e não é loucura afirmar que em qualquer lugar do mundo, essas pessoas são importantes na vida de um jovem, apesar dos dias serem outros.

 Sempre gostei de ouvir os mais experientes, desde sempre ouvia meus tios, um deles contava umas histórias loucas sobre assombrações, coisas macabras sobre cemitérios, almas, e figuras do folclore, como a mula sem cabeça. A "ex" criançada da vizinhança que ouvia, ainda lembra dessas histórias. Meu pai contava como meu avô educavam ele e o meu tio, que viviam em pé de guerra, e mostrava o quanto eu e minha irmã tínhamos que nos unir, afinal, só tínhamos um ao outro na adolescência.


 Não é diferente agora, eu ainda gosto de ouvir meus pais e meus tios, eles contam cada coisa, e quando eu não tiro lições, tiro bons motivos pra sorrir. Na última vez que eu encontrei minha tia, ela relembrou o quanto era dura a infância dela com meu pai e meus outros tios; - Lembro como se fosse hoje, a gente tinha um par de chinelos para três pessoas usarem pra ir à escola. Meu tio, que estava ao lado, completou: - Pai comprava um lápis, uma borracha e um caderno pequeno, e dizia: - Esse material é para o ano todo! Sabiam todos o impacto que o gasto excessivo acarretaria na falta do que comer eventualmente.


 Eles questionaram a geração, a forma e o desperdício de hoje em dia, pois quem viveu no tempo da escassez era grande, onde as escolas tinham pouca estrutura comparando com os tempos atuais. Porém, ressaltavam a nível de respeito dos alunos para com os professores.


- Meu filho! - Disse meu tio, - Comprar um livro na minha época era impossível pra gente, as vezes os professores faziam testes para ver quem ganhava algum livro, hoje eu vejo as crianças rasgarem livros para fazer avião de papel e pipas.

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