"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

IRMÃOS

 Não há como negar, os seres humanos criam uma primeira impressão sua, normalmente essa primeira impressão não condiz com o que realmente você é, esse é o chamado preconceito, que é julgar sem conhecer. Essa introdução foi precisa pra justificar os fatos ocorridos naqueles sábados que jamais serão esquecidos.

 Eu não vou negar, sou muito detalhista para aquilo que me interessa, seja coisas, ou pessoas. Eu notava muitas características em vários daquela sala, mas ela... Sabe, ela era tão discreta, eu parecia ser bipolar, por mais que pareça ser bem "modinha" se intitular assim, havia dias que eu não falava quase nada, e a sala ficava em silêncio. Em outros, eu fazia a aula ser uma tremenda zoeira, fato que me fazia pensar sobre minha sanidade constantemente.


 A gente se falou pela primeira vez, no segundo módulo, quando o professor pediu pra que fizéssemos capas de revista, uma amiga incomum a nós, me chamou pra ver as capas dela e dessa garota, ela tinha feito algo que era bem "a cara" dela, bem underground, eu disse, - Oi, ficou muito bom, a minha ficou melhor, mas a sua ficou ótima! Sorri, e falei que era brincadeira, a minha nem tinha ficado tão boa assim.


 A gente quase sempre saia depois das aulas para andar no centro, ir ao shopping, fazer nada... Não importava muito o motivo, o motivo era sorrir, brincar, e sermos "nós", muitas vezes bem diferentes do que éramos nosso convívio familiar. Na verdade, elas tinham mais segredos para os pais, eu sempre fui mais aberto, mais "escroto", mais objetivo.


 Tinha afinidade com todas, mas ela, ah... Ela era mais que isso, a ponto do coração acelerar. Como ela mesmo dizia; "Somos irmãos de mães diferentes." E de fato, eu sempre implicava com os caras que ela se interessava, eles são tão idiotas! Ela é tão sentimental que chega a ser fria, ou será que é o contrário?


 Eu passei a prestar atenção em cada gesto, ela nunca pediu, mas ela queria ter atenção, talvez a minha não fosse a ideal, mas f*da-se! Eu faria mesmo assim. Talvez, tudo isso tenha ficado um pouco pra trás, as discussões bobas, eu sempre me ofendi fácil, a distância, o fim das aulas... Mas ainda lembro de tudo, doas abraços apertados, do banho de mar forçado, do marco zero, das fotos com cara de loucos, da frase: "achei que tu eras metido, agora tenho certeza."


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