As Razões de Um Louco #37 - A cada dia, a morte, a causa, aos poucos.

  A semana começou tão pesada quanto a atual situação financeira do Brasil, mas não estou falando das dificuldades de comprar comida e pagar as contas, refiro-me aos sonhos/pesadelos dessa semana. Cara, normalmente eu esqueço todos os sonhos que tenho, e ao mínimo ruído eu acordo, e sabe aquele desejo que temos de voltar a dormir e continuar de onde paramos? Desista. Com os pesadelos é diferente, parece que estamos presos numa dimensão totalmente independente dessa, onde jamais conseguiremos sair. Antes tinha um "dispositivo" em mim que me avisava que ia dar treta, tipo: "acorda cara, você vai morrer", agora nem isso tenho mais. 

 Como já escrevi antes sobre os sonhos, e como é ruim acordar deles, ver que toda a magia não foi vivida de fato. Por mais perturbadores que sejam, estou me adaptando aos pesadelos, prefiro acordar da dor, ao invés do amor. 

 Os sonhos/pesadelos vieram juntos com as músicas... Ai tudo ficou complicado mais uma vez, tantos problemas juntos, e confesso que ter lhe dar com a saudade é sempre doloroso. Mesmo sendo ruim pra mim saber que dormir vai ser sempre uma dor, é tão doloroso quando estar acordado, tão doloroso quanto saber disso, tão complicado quanto pensar em desistir, e mais difícil ainda saber que todos os caminhos traçados ultimamente não estão sendo determinados por mim. Como num peixe morto, vago de acordo com a maré, como num choque, vejo que ainda não morri, mas ao notar que a vida passa a cada momento diante dos meus olhos, e eu sem fazer nada pra mudar, como se apenas pudesse assistir o fim, lentamente... 

 No último sonho, me lembro de querer chegar num lugar, do passado, como se tivesse deixado por lá, algo que na vida eu não consigo deixar para trás, me perdia pelos caminhos, mais uma vez. Até entendo a preocupação dos mais próximos com o meu psicológico, pareço um louco escrevendo algo tão programado quanto a morte.