Hoje eu poderia dizer que estou em paz.
Mas o mais perto disso seria pás de barro na cara.
Na última noite levei arma na cara de PM,
falou "depois leva tiro na cara e vão perguntar porque."
Eu estava trabalhando, mas poderia ser me divertindo.
Ser preto é ter que dizer tudo!
De onde veio, onde vai,
se você tem passagem,
é morrer e sujarem tudo!
Tirar a paz,
do irmão, mãe, pai...
Paz!
Onde estavam eles quando o som era de branco,
quando era terno, gravata e banco de couro.
Quando o couro era branco e vinha acompanhado,
de: bairro "nobre", dinheiro, influência e pó?
Se preto quer segurança, que faça só!
Se eles querem, é contra nós, veja só.
Mataram mais periféricos,
genocídio urbano vira história.
Temo em morrer na luta,
mas nos matam a todo momento.
Depois disso;
Inventam
Invertem
e fazem de tudo para matar nossa memória.
Paz!
E não adiantou gritar.
Se se mover leva bala,
ela cala antes de qualquer coisa.
Há vários textos queria mais mudanças,
menos poesia.
Hein, paz!
Para eles,
ou morremos de trabalhar,
ou fazem o trabalho de nos matar.
Se expressão de arte só gera like,
se preto bom é preto oprimido,
e pobre bom só é legal de ser visto na cozinha do Mc,
se somos margem,
e operação "bem sucedida",
é a mais racista, genocida.
Eu queria uma poesia que nos colocasse no pódio.
Paz é luxo!
Primeiro lugar é ódio.
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