Séculos pisando,
Achando normal,
Sentindo, no máximo, pena.
Agora criticam o empoderamento,
e ainda usam cabelo crespo como xingamento.
Pois vai ter mais da gente pra vocês,
desde 1997 a fúria negra ressuscita todo ano,
mais uma vez.
Em 2007 era pivete,
corria atrás de bola.
Dava pouca atenção pra escola,
e têm coisas além das escolhas,
E eu não vi ascensão por ela,
destino era viver tentando viver,
até o dia que alguém acabe com minha vida.
Queria a faixa, o 10 nas costas.
Hoje é estresse,
dores e o peso de ter que ser duas vezes melhor.
Disseram que dava pra competir de igual pra igual,
enquanto a gente trabalha de sol a sol,
boy rico que nunca passou fome.
Pagou os melhores colégio enquanto critica cota.
Eu pisando em caco de vidro,
esquecendo que foi em que quebrei.
Pedra na vidraça,
e meu teto de vidro se foi!
E eu vendi o almoço que tinha,
e rezei para a Deusa Lila,
fazer aquele feijão gostoso pra eu comer depois.
Obrigação de ser insuperável, pela raça.
Herdei a desgraça e faço questão,
de ser um meteoro nas vidraças.
E ser anti-herói,
mais que pedra no sapato,
e que nossas ideias de fato,
assassine nosso algoz.
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