Perspectivas são cruéis, as vezes
cobrir o que está manchado com cortinas,
papéis de parede.
Repetir pra mim que isso vai dar certo,
sendo que a rotina é dor
felicidade, as vezes.
O novo normal é velho.
E que há de novo,
são as velhas surpresas.
Velho hábito de achar que somos o centro,
brindando enquanto fingimos que nos importamos.
O novo normal são números,
não corpos.
E já são tantos que deixaram de ser pessoas.
São só dados.
Iguais os de pretos mortos pelo estado,
Mulheres estupradas,
Gays assassinados...
No novo normal,
humanos contam corpos
enchem copos
E se morrer tudo bem,
um dia todo mundo vai pro além,
e além disso; quem sou eu pra falar?
Se nem de mim eu cuido,
nem deveria cobrar que se cuidem também.
0 comentários:
Postar um comentário