"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Se vivi, ou se sonhei [Skank - Ainda gosto dela]


Hoje acordei sem lembrar 
Se vivi ou se sonhei 
Você aqui nesse lugar 
Que eu ainda não deixei 
Vou ficar? 
Quanto tempo 
Vou esperar 
E eu não sei o que vou fazer, não

 

 "Que ela entre e traga a sua luz..." Essa é uma das poesias musicadas que um dos excelentes nomes da música brasileira. "Ainda gosto dela" do Skank, é uma das músicas mais belas que eu já ouvi! Sem puxação de saco. Ela une uma letra reflexiva, profunda, complexa e que pode ter várias vertentes e contextos, junto com uma melodia agradável de ser ouvida. 

  Hoje acordei sem lembrar, se vivi ou se sonhei... Dizem que os sonhos são dimensões paralelas, e que de fato não delírios. Pouco se sabe sobre os mesmos, a gente só sonha com coisas que já vimos, como se a memória da gente gravasse todos os rosto num local, e os mecanismos do sonho fosse busca-los.

 Se eu vi tantas coisas, se eu vivi tantas com tantos rostos, por que essa música me remete à apenas um local, um momento, um suspiro, uma saudade...?

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

VEM... VAI...



O pouco que conheço, é pouco
Queríamos muito do mundo, nada de novo
Ainda buscamos a perfeição
Somos pobres tolos
Ela ainda esperava pelo dia que tu seria perfeito
"Deus nos dá, Deus nos tira"
Ele te deu
Seus amigos, família
Eu

O pouco que conheço, é muito
Muito mais do que esperava
Bem menos do que desejo e quero
Menino crescido, sem afobação
Espero
Sem expectativas
Somos grandes e pequenas
Passagens
Lindas e belas
Viagens
Boas e passageiras 
Paisagens

Quando cada palavra parecer inútil
Quando rodeada se sentir impotente
Quando o sorriso pesar
A dor machucar
A máscara que nos cobram desabar
Lembra da passagem
O abraço dado
Enquanto ela não terminar
Ainda há tempo para me abraçar

terça-feira, 29 de agosto de 2017

As Razões de Um Louco #80 - Nove Meses


 É lamentável ver que o mundo aparentemente é desinteressante para mim. Não que eu seja a pessoa mais interessante do planeta, inclusive, sou um poço de defeitos incorrigíveis e programados para não terem solução nunca. Mas, vamos ao foco aqui, e é ela, Ah, Sr. Maria... Quanto tempo não me deleito com sua imagem determinada e encantadora...

 Ela, sem querer, sem que eu quisesse, com todos nós contrários a isso, conseguiu criar entre nós, uma necessidade de estarmos próximos demais, criando uma relação entre a amizade e o amor. É sempre tão ruim descrever a saudade que eu sinto, moramos na mesma cidade, temos gostos enormes incomuns, personalidades controversas, mas justas. Qual seria o problema então?

 Uma vez ela me disse que não seria justo sermos apenas "nós por nós" era injusto, e que a vida não deve ser limitada um pelo outro. Foi aí que percebemos que não importa onde vamos, voltaremos ao ponto inicial, pois, talvez, somos os únicos que se entendem dessa forma, os únicos que de fato voltarão.

 Em meio a tanta gente interessante, tantos rostos amistosos, tantos momentos vividos e sentidos, tenho a ligeira impressão que as coisas são indiferentes ao lado dela, desinteressantes, até. Sabemos que é injusto sim, mas, que culpa tenho eu, temos nós, de ser assim? Será que voarmos sós é mesmo o necessário? Nove meses, e eu ainda não fui a lugar algum sem você.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

As Razões de Um Louco #79 - Igual



Distância arranha a alma
Desfaz a calma
Desestimula os hábitos
Desestabiliza a vida
Retira o ritmo do nosso compasso 
O coração é carne
Transformando-se em aço
Indiferença machuca
É mais preferível o embaraço

Comum demais
Clichê como outros
Simples e surreais
Letras são tão iguais
Paisagens tediosas
Olhares repetidos
Beijos bons, comuns, legais

Inadmissível aceitar que você foi meu ápice
Por que estar longe?
Se tudo o que temos somos nós
Se nós, somos "nós"
Impossíveis de serem desatados
Atentado violento
Todos as questões parecem simples e objetivas demais
Respostas comuns, banais
Nenhuma outra pessoa encaixa
Nem a solidão
Ela não me cabe, enfim
Quando você cola novamente em mim?

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

PSEUDO AMOR


O pseudo amor
Passeia pela ilusão desse sentimento
Frio, leve
Insensível
Sem dor
Como terminações nervosas rompidas
Caindo num abismo 
Sem sentir ao menos o vento

Segura, caminha olha ao redor
Procura, busca
Tenta caminhos longe do passado
Onde o antigo olhar não ofusca
 Mente barulhenta demais
Velha, tipo um fusca
"Olha só o olhar perdido daquele rapaz"

Soltou, mais uma
Antes mesmo de ser "alguma"
Desistiu com fragilidade
Sucumbiu à vida
Covarde
A dor à muito tempo sentida
Mesmo estando dormente
Mesmo programada
Ainda arde

Ele ainda sonhava com as mãos
"O segurar delas revelam tudo"
Então...
Então o tempo passou
O pseudo amor acabou
E tudo que foi sonhado
Não se realizou 

Rezou
Restou
Saudades
Melancolia
Dor
Ah, esse pseudo amor

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

As Razões de Um Louco #78 - Por todos os lados



Ela me disse que não era tão boa
Boba, ela
Ao dizer isso, esquece
A poesia aquece
Não é só as princesas
Que são tão belas
Que a beleza das palavras
Surgem por todos os lados
Dos bairros nobres, favelas

"Precisa-se de inspiração"
E não é que ela tinha razão?
É que as vezes é prático
Rápido
Automático
Ver rima em tudo é sádico
Abrilhanta e escurece os sentidos
O cérebro, abrigo
Brigo comigo
Todos os dias
Olho por todas as janelas
Todos os rostos são potenciais poesias

E nesse fim
Enfim
Mesmo desconhecida
Mesmo longe de mim
Mesmo normal
Você ainda é especial
Não que eu precisasse te dizer
Você sim, é sem igual.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

INSISTIR

Ela não desistiu
Insistiu
Parou
Esperou
Assistiu
O amor, conseguiu
Inspirou
Suspirou
Sentimentos sinceros
É sério?
Parou!

Improviso
Aviso
Poesias são vazias
Elas iludem, já dizia
Mas são lindas
Então...

Segue e falta de razão
Ilusão, não!
Antes de ler
Antes de crer
Fiz pra você
Por você
Menina linda
Encantadora
Adulta
Insulta
A lua
A rua
Ela é toda tua

Antes de chorar
Aos prantos
Sorrir, gritar
Preste atenção
Agradeça não
Essas palavras são frutos seus
Você criou essa inspiração

Helinho, o justiceiro, o bandido, anjo.


 Mais um jovem largado tentando de forma errada resolver os problemas que o sistema não quer/consegue resolver, esse foi, Hélio José Muniz Filho, ou como era conhecido; Helinho Justiceiro. 

 Uma reportagem de 2001, mostra um ser tranquilo, com traços psicopatas, que não sentem empatia com quem matou, e que não se arrepende de nada do que fez. 
                                       



                                     

 Virou tema de documentário, aplaudido mundo à fora, O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosa, confira




 "Dois personagens reais, Helinho e Garnizé, formam o eixo do documentário. Helinho, justiceiro, 21 anos, conhecido na comunidade como O Pequeno Príncipe, é acusado de matar 65 bandidos no município de Camaragibe (PE) e em bairros de subúrbio. Garnizé, músico, 26 anos, componente da banda de rap Faces do Subúrbio, militante político e líder comunitário em Camaragibe, usa a cultura para enfrentar a difícil sobrevivência na área. Dois jovens de uma mesma periferia, duas vidas cruzadas pelo mesmo tema: a violência urbana."

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Se - [Rashid (Part. Ellen Oléria) - Se Tudo Der Errado Amanhã]



Acabou de sair no Youtube um novo som do Rashid, o vídeo (Lyric) é tão pesado, que demorei três horas para conseguir terminar postar essa declaração à essa música maravilhosa. Com a participação de Ellen Oléria, que tem uma voz incrível, criou um contraste perfeito entre a rima, a batida e o refrão. 

 Rashid vem me conquistando aos poucos. Eu e o meu bloqueio para o que eu ainda não conheço vem sendo quebrado a cada som que eu ouço do mesmo, eu não acompanhei a sua evolução, mas pelo que vejo dos que conhecem seu trabalho, ele está cada vez melhor.



Tão comum! Vem, desabafa
Abriu demais seu coração 
Onde as pessoas preferem quem fecha camarotes e abre garrafas
Inocência sua achar que o mundo te entenderia, bastava ser sincero
Que você e sua fé sozinhos transformariam 
Igual Martinho Lutero
Perdeu o chão sob o pé, quando pensou ser especial,
Todo mundo sangra vermelho igual,
Na moral, quantos Rashid nunca saíram do zero?
Mas por que cê tá aí? Por que você pegou no mic?
Pelos like? Pelo hype? Ser V.I.P?
A base de mentiras feito Eike?
Zeitgeist? Viu no site?




terça-feira, 1 de agosto de 2017

Detalhe - [Emicida - Crisântemo]

Ele bebeu, bebeu
tipo vencedor
e depois riu, riu
como Bira do Jô
Cumprimentô
todo mundo à la vereador
E subiu o morro estilo viatura

Ele nos deu, nos deu
Toda a fé de um pastor
Depois sumiu, sumiu
Deixando só a dor
Ignorou o aviso
Devagar com o andor
E flertou por sobre a vida dura 

 

 A música é de discos atrás, não é atual para a maioria das pessoas que conhecem o trabalho de Emicida, mas, demorou pra que eu tivesse a curiosidade de ouvi-la. Ela já tinha passado na minha timeline algumas vezes, e eu nunca tive a curiosidade de ouvir. Até que Alisson, meu brother, me perguntou se eu já tinha ouvido, disse que não e que ouviria no dia seguinte. 

 Bom, estou aqui, fissurada na profundidade desse som, no quanto ele representa para o autor da música, e o quanto ele descreve as pessoas que cresceram pai/mãe, pessoas que os perderam muito cedo. 




 Perder o pai já é uma tragédia
Perdê-lo na infância é sentir saudade
Não do que viveu, mas do que poderia ter vivido.