"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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sábado, 31 de março de 2018

RAZÃO



Aquilo que silencia o barulho é perigoso
O que é perigoso dizem que é o melhor
Melhor deixar quieto
Isso não vai nos levar a nada
Nada de paz, apenas o inferno
Antes da cama, perdemos o juízo
Logo após das roupas, perdemos a razão.
Ninguém vai entender a lei da atração proibida
Agora ajoelha e pede perdão
Ajoelha e pede tesão
Como o silêncio e necessário
O nosso esporte popular não plateia
Artilheiro nato, meu predileto
Levanto a roupa tipo a taça da copa do mundo
Campeão tipo Romário.

Não vai ter narração
Ninguém além de nós vai comemorar.
O queremos é ver jorrar daquela fonte
Comer virar e matar aquela fome
Por falar em matar
Aquele mata a vontade e some
Nenhum barulho haverá
Nada nas mentes voará
Rosto na parede
Roupas no chão
E foda-se a razão
Foda, se não tem razão.
 

quarta-feira, 28 de março de 2018

As Razões de Um Louco #88 - Correção

Desculpem meu jeito depressivo e hostil, ninguém tem a ver com meus problemas mentais, digo, na mente. Toda a minha variação de humor repentina e meu jeito distante e muitas vezes egoístas se confundem com a imensa vontade de não me ferir. Tentando isso, acabo ferindo pessoas o que me machuca bastante.

Não é um pedido de desculpas como se houvesse reparação, ou se não fosse se repetir, como disse antes, é mais plausível me fechar para me proteger e acabar machucando, do que me abrir e sofrer como o normal nos leva a crer. 

Sinto muito, apesar de não me orgulhar tanto assim, minha autenticidade é o que sou, mesmo tendo que corrigi-la, ela ainda é o que sou. Eu não vou negar a mim nenhum minuto mais, e por favor, não tem relação com "não me importar", é justamente por ter a preocupação de ser o melhor, que eu não vou criar mais personagens do que nas minhas histórias loucas.

 A ideia é que as coisas continuem as mesmas. Poucas mudanças, poucas ideias trocadas e muito do passado que ainda atormenta, ou por ter sido doloroso, ou por trazer lembranças de coisas boas que não serão mais vividas. 

terça-feira, 27 de março de 2018

Partiu! Encher o banco de sangue do HEMOPE!

O maior evento é aquele que ajuda a salvar vidas! E o Universo Paralelo junto com o Grupo Juventude de Pernambuco convidam todos para lotar o estoque do sangue do HEMOPE.

 No próximo dia 14 de abril a partir das 14h estaremos nos reunindo no HEMOPE de Recife - PE pra realizar nossa doação.



ATENÇÃO!!

TODOS PODEM CONFIRMAR PRESENÇA! POIS AJUDA NA DIVULGAÇÃO! Porém, fecharemos a lista de quem quem realmente vai doar, dias antes da data, para a equipe do HEMOPE organizar toda a logística do espaço.

QUEM FOR PARTICIPAR,TENTAR IR DE CAMISA VERMELHA, E LEVAR UM AMIGO(A) PRA DOAR TAMBÉM!.
 

sexta-feira, 23 de março de 2018

MORRO




Olha de cima
Onde não é trono
É morro
E morro se chover forte
É louco
Ser periférico é brincar com a sorte
O Estado tem me detestado
Desde antes de nascer fui condenado 
Medo de dormir, sonhar com o paraíso
Ter apenas um dia na vida, todos os dias
Todas as vidas que se perdem
As fardas trabalhando errado
Calma, mano!
Batemos peladas nas ruas, juntos.
Forçar armado é fácil
Caráter depois do poder, é raro.

Só quem tem medo de ser estuprada, sabe
Só quem tem que explicar seu dinheiro, entende
Quero a permissão poética para errar
A "bença" de minha quando acertar.

Agora a pouco falava com meu mano Alisson
Falei das rifas que os moleque vendia pra jogar
Disse que venderia poesia no sinal
Ele sorriu e disse que não venderia e tal 
Desde os 90 Racionais vendiam track
Quem diria, diria 
Que era anormal
Mais de 30 graus em Recife
Eu me arrepiava a cada rima
Se eles vende ódio
Venderam Jesus
Eu vou vender protesto em forma de poesia.

quarta-feira, 21 de março de 2018

SÍTIO



Cai da cama enquanto sonha
Sonha enquanto se diverte
Quantos camisas 10 nasceram 
Debaixo daquelas árvores cresceram
Arte plástica do país do improviso
Nunca foi pelo ouro
Sorri o dia todo era o estouro
Nem sempre futebol
Mas sempre time
Daqueles galáticos.
A base era forte naquele fundo de quintal
Entre o pé de manga e a cerca do vizinho
Criamos o melhores ponta de lança
De uma barra a outra
Madeiras, pedaços de ferro
Não duvida desses meninos
Não brinca demais com eles
Não duvida de nada dito
Não há nada que eles não alcança!
Antes promessas de Copas
Somos "às" do carteado da vida
O menor que pode ser o mais importante
Onde o bullying moldava caráter
Criaram um monstro mascarado de tristeza
Quando o pano acaba
Ninguém passa mais a mão
Eles são grandes agora
Mas desde sempre é aquela coisa
"Tá achando ruim? Vem pra mão"
Se subir no Sítio a gente se diverte
Se quiser aloprar
Vai descer correndo
Com o rosto marcado por um tapão.
Se a vida nos estuprou moralmente
Os sonhos de crianças abandonados
Infelizmente
Felizmente soube absorver bem
Lamento os que não foram sagazes 
Que desistiram do melhor
Sei bem
O melhores do mundo
Todos eram capazes.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Brasil, 1964



Não queria falar dos porcos
Mainha dizia e repito
Pega a identidade
À minha irmã:
Cuidado com essa roupa
Na rua não dá sopa
O mal nem sempre veste touca.
1964, Brasil
Não, 2018, Rio
Intervenção midiática, 
Ação político-partidária
"Mão na cabeça filha da puta"
Pés na porta, tapa na cara
"Cadê as armas, arrombado?"
Calma, aqui não tem bandido
Soco na boca, foi dado o recado
Os porcos que apontam à favor do estado
Conseguem desunir desde sempre
Civis, fardados
Entre mortos e feridos
Certos e errados
Um aponta arma e não vai ser julgado
O outro talvez, já tenha nascido condenado.
Menina preta de origem pobre
Nascida, criada e moradora 
Nas costas da área "nobre"
 Jovem que saiu pra fazer um bico
Mulher e filho em casa
Nenhum dos dois voltaram
Ela lutava pelo que morreu
Ele morreu sem saber porquê 
A primeira execução política da nova intervenção
A pena de morte só ficou em evidência
Temo que isso se transforme em filme, livros
Não em mudanças, só poesias
Ideais são à prova de balas
Existem milhões de "Andersons" e "Marielles"
Acredite, eles estão presentes
Eles vivem! 


segunda-feira, 12 de março de 2018

SAÍDA DE EMERGÊNCIA


Era proibido
Não permitido
Travado
Tremido
Amedrontado
Tropecei, cai da cama
Me vi ali, mesma dor, mesma lama
Aquele ar sujo sufocava
Como miséria, comia restos mortais de mim
Assim, vivo, era alimento 
Lágrimas, água como o mar
Suja, salgada.

Temperei os pesadelos
Cada corte, um sabor diferente
Na dor, amor...
É tudo bem abstrato
Aqueles desenhos de criança
Os vilões da escola
Mais um corte
a dormência permite
Sem dores agora
Cem coisas na mente
Sem alma, in, ou felizmente.

A cronologia da mudou a cada fase
As fases mudaram a cada fazer
Os fazes perderam intensidades
A mente escura ofuscaram as luzes
Tomei goles de mim
A loucura só queria sanidade.


quarta-feira, 7 de março de 2018

SERÁS REVOLTADO



Ele foi julgado pelo cabelo
Excluído, humilhado, por muitos ali
"Os humilhados serão exaltados"
Quando? Não se sabe
Situação comum, infelizmente ele é mais um
Fora do padrão
Uns choram, outros se tornam revoltados.
Equação desgraçada
"Brincadeira" mascarada 
Reflexo do que vemos
Melhor, não. Pior, vivemos
"Leva na esportiva"
"Nem era por ser feio"
"Nada a ver, tenho amigos pretos também"
E de "porém" em "porém"
As coisas passam, agora não mais despercebidas
Amém!
Amem! Muito!
Amem! 
E se é preciso humilhar para sorrir
Que sejamos todos silenciados 
Ninguém deve sofrer pela felicidade dos outros
Nenhum sorriso vale um execrado 
Seu caráter é maldoso, precisa ser mudado
Aproveite o local de conhecimento
Cuide para que ele seja bem moldado.
Ele foi eu
Mesmas coisas, tempos diferentes
Quem sabe sente, foda, fode tudo
Autoestima, mente
Cuide para que não seja boy de School 
Rebelde, revoltado
Pistola na mão e pow!

segunda-feira, 5 de março de 2018

As Razões de Um Louco #87 - Devaneio


"E se você não correr por você, quem vai?" - Como diria Emicida; quem morre ao fim do mês, nossa grana ou nossa esperança?

 Segue a onda, apenas segue, menino. Minha mãe se preocupa com o meu emprego, que paga mal, mas traz com dificuldade comida para minha casa, o que me fez pensar sobre querer me expressar demais e arriscar meu cargo aqui, como alguns sabem, trabalho num órgão público, e sim, é como vocês acham que é mesmo; um monte de escorados contratados por cartão de políticos com uma única função, ganhar em cima do povo. Exploração (em alguns casos) dos funcionários terceirizados, além de termos a liberdade de expressão fiscalizada nas redes.

 Os olhos de mainha brilhavam quando eu descia o morro pra ir à oficina do meu tio, eram poucos reais por semana, fazia mais companhia ao meu tio, do que propriamente trabalhava, a ponto dela não se importar tanto, se eu faltava a aula para estar lá. Como diria MV Bill, minha mãe não era acostumada a ver pessoas nas minha características ter ascensão através dos estudos.

 Hoje voltei das minhas primeiras férias em um trabalho. Isso mesmo! são uns 6 anos trabalhando direto, mas não tenho tanto o que reclamar, de certa forma temos que saber ir na onda, ela é forte e o normal é nos dobrarmos e sermos levados por ela, e eu sou mais um que apenas foi.

 Vi alguns sonhos ficarem em segundo plano, precisamos comer para sonhar, e sonhar de barriga vazia não funciona desde a infância, desde quando meu sonho era ser mais pálido, pois todo mundo era mais bonito e feliz naquela cor de pele.

 Por isso um dos meus manifestos é não desistir, por tudo que vivi, nunca retroceder! Por mais que eu pense em desistir, e o mundo seja feito de mais decepções do que glórias, eu não vou ser derrotado, e eu preciso entender o tempo todo que tenho a obrigação de ser várias vezes mais forte para suportar, apanhar e levantar, todos os dias...