"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


RECEBA ATUALIZAÇÕES NO SEU EMAIL

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Vendido - Aleatório Necessário #4

 Eu tinha que escrever! Sério. Eu preciso demais escrever. Várias contas chegando e eu sem saber quando aconteceu a transição adolescência - vida adulta, quando percebi tudo tava aqui e era responsabilidade minha. Eu tinha que fazer dinheiro sem me vender. Como? Se eu me vendi num sinal pra ganhar 3 reais por dia? Capitalismo.

 Eu não posso vender nada. A água bate no pescoço, as vezes literalmente. Tinha tanto trabalho, problemas na mente, culpas reais e erros grandes. Eu não me permito errar tanto, apesar de ser comum e todos serem assim, me cobro além. Mas eu preciso escrever...

 Carregando tudo aqui e querendo curtir a brisa mais leve, desconectar... Dinheiro traz felicidade sim! Não sei onde chegamos para isso acontecer, mas, traz!

 Nos vendemos todos os dias, seja por algo que gostamos de fazer ou não. Eu precisava escrever e não queria vender isso. "Gente, me leiam e tá bom"... Mas isso não paga as contas, e eu cansei de escrever sobre o quanto quero foder e eu estou mal com tudo. Esse mundo que carrego e as palavras são pesadas.

 Quero mais coisas sobre o mar, e minha mãe estar feliz. As pessoas que amo fora  dessa bosta toda, como se tivéssemos  dropado uma droga que nos tirasse disso tudo, sem os efeitos colaterais

Chuva - Aleatório Necessário #3

Chuvinha boa, né? Eu adorava as chuvas da tarde, depois de uma manhã de pipa com meu primo. Várias correrias depois, a gente só queria tempo pra fazer mais pipas, rabadas, cerol...

O pico da gente era a casa de tia Maria, ela era tipo aquela pessoa que de fato ficou pra "tia", acho que isso fez dela, mãe de todos os sobrinhos. Ela era uma das melhores amigas que tive. Na adolescência, ela sempre esteve ciente de tudo que se passava comigo, na infância, deu guarida a minha família quando o morro ameaçava descer. Eu, criança, nunca tive dimensão do perigo das chuvas. 

Era sempre divertido e legal observar a chuva descer, parecia o céu dizendo algo para mim.
Hoje, ainda criança, adoro a chuva, ao mesmo tempo que durmo mal e penso na minha mãe. Ela sempre detestou a chuva, apesar de aceitar sem tantas críticas, "Deus que manda", diz ela.

Ontem foi dia de caos. Lembrei da barreira que cedeu quando eu era criança, eu vi várias pessoas serem soterradas, acho que isso ficou na mente da minha mãe, e por isso ela ainda tem tanto medo. Mas eu sou criança, sofro, mas adoro a chuva.

Futuro - Aleatório Necessário #2

 Futuro. Como será que veremos o futuro quando estivermos vivendo-o depois do momento que você terminará de ler esse texto e esquecer o mesmo e só lembrar dele quando for presente?

 Achou confuso? Também achei. Mas não é exatamente essa a impressão que o futuro nos passa as vezes? Como se não soubéssemos de nada (e de fato não sabemos), tudo que temos são os nossos desejos e uns boletos para pagar, aí nos dividimos entre não querer que ele chegue por conta das dívidas, ao mesmo tempo que esperamos a grana cair para o usar o resto dela para fazer/pagar o que nos tira um pouco desse "sei lá" que é o futuro.


 Como um círculo vicioso, controverso, duro e também prazeroso (as vezes), o futuro se mascara de presente quando chegamos nele, sem repararmos, passa sem nos darmos conta até chamarmos ele de passado. E eu tenho meio que a percepção de que ele tem passado por nós, as vezes como brisa, chamando para ver o mar. As vezes como um rolo compressor, trazendo marcas visíveis quando nos olhamos no espelho.


 Antes eu queria tudo, hoje, ter a oportunidade de voltar vivo é uma grande prova de resistência minha. Depois de ter caminhado sobre pontes e não ter me jogado de nenhuma delas, volto para o que ainda me prendo, enquanto não me canso de tudo e procuro descanso.

 Ontem olhava o rosto da minha mãe... Cara, eu nem senti o tempo passar. Tive noção do passado no presente, do futuro eu não espero nada, apenas vivo. Até tudo virar passado e eu reescrever sobre todas as sensações que já tive.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Introdução - Aleatório Necessário #1



 Então, eu sempre falei sozinho como forma terapêutica, quando criança sempre lógico, me ouvir pra ver se me entendo e entendo porquê "o dia da minha sorte" não chega. Com o passar do tempo isso evoluiu e virou escrita. Bom, nunca me achei polido e poético demais pra me achar "escritor", o mundo me passou a ideia de que você só aquilo que paga suas contas, ou que tenha reconhecimento de uma grana quantidade de pessoas sobre o que você faz, logo, me sinto "um cara que escreve".

 Essa pequena introdução aleatória traz um pouco de como minha mente funciona, e o quanto cada coisa é real (ou devaneio), e se eu pensei existiu de alguma forma, pois me afetou, de maneira positiva ou negativa. A partir deste momento, escreverei todas as sextas (juro que tentarei) sobre coisas aleatórias e como eu penso reajo e convivo com elas.

 Peço para que leiam e que opinem, critiquem e que não levem tudo com verdade dos fatos.  Ignorem os erros de português, e tudo mais, é que eu não releio nada (deve ser por isso que ninguém liga pro que eu escrevo). Como eu citei, é apenas a visão de quem pensa demais, conversa sozinho e acha que escreve bem. Use o que leu para pensar sobre o que VOCÊ acha, e crie sua forma de avaliar a vida como reflexão. Tenha cuidado para não surtar, exercite-se.