"O pensamento deve ser tão livre e extenso quanto o céu, que não prende ninguém, e ainda dá espaço pra que se possa voar."


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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

A ÚLTIMA BOSTA DO ANO II



Essa é daquelas que se escreve,
que bate na mente e você nunca mais lê
Como se vivesse tudo isso,
como se fosse uma prece.
Como como se fosse comida da mãe,
como que eles nos mataram,
filhos da... mãe.

Eu me sinto cada dia mais como ela
E como ela sinto cada dia mais
É como se quisesse parar aqui,
e só viver o que ficou atrás.
E eu chorei, orei e me droguei,
e delirei sozinho
Pedindo para meu corpo não suportar mais.

Se cada dia está mais pesado
A gente se entorpece,
buscando as memórias boas do passado.
Mas se o que se é bom se esquece,
E tem tanto fogo,
mas nem todos é daqueles que dá tesão, aquece.

Queria não sentir o peso do que escrevo.
Mas me sinto Renato Russo, cheio de contexto
Querendo buscar saída cometendo os mesmo erros
Tentando não me matar, mas torcendo pra morrer
Imaginando quem daqui iria me esquecer.
Ainda vivo e mesmo sem dizer,
Volto pra casa pra não deixar meu povo só.
Agora entendo porque tem gente sempre louco de pó...


quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

MAMÃE NOEL



Natal.
Onde morriam as dores
comidas normais,
tinham mais sabores
brinquedos baratos
abraços apertados
sonhos realizados
e um mundo novo,
parecia que tudo era pintado no céu,
numa nova paleta de cores.

Um mundo de caos,
e aquilo parecia massagear as dores do ano.
E tudo que tinha passado, surgia.
Era tudo diferente,
menos o amor que ainda pouco entendia,
aquele cartão com "eu te amo meu filho",
era mais uma das provas de amor,
que com tanta dor, 
as vezes eu não entendia.

Era Natal,
e eu era crente de que era tudo irreal,
as vezes faltava brinquedos,
a vida era a crise.
E a melhor comida do ano era naquele dia,
luzes e o clima de "vai tudo dar certo",
era uma data pra vender
Era uma felicidade, 
ela dizia que Mamãe Noel viria,
tinha presente no outro dia,
era louco!
Ela até sabia o presente que eu queria...

Diante de tudo,
como não crer nesse dia?
Como não viver a magia?
Era pedaço de céu...
Deusa, mainha,
Mamãe Noel...




sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

RESSACA



Uma vida, e eu cansei.
Se fosse cinco fodas, 
eu dava até mais.
O foda é que a vida é bela,
tipo o sorriso dela,
a bunda dela e a forma que ela olha.
Como aquele toque molha,
que mexe com a emoção.
E parecia mais que palavras, poesia.

Corpos se tocando é melodia,
era solo, talvez ainda seja.
Mas seu corpo é,
pedaço do céu.
E eu, anjo caído desejo voltar.
Era mel e punição,
e eu desejo ficar.

Sobrenatural.
Olhar, sobrenatural
Ele matou todos, 
ou só eu parei sem entender.
Apesar do meu credo ser simples,
achei que tinha chegado no fim.
É foda quando eu percebo que nada sai de mim.

Juntando pedaços de passado.
Alguns que eu quis passar, 
outros que passaram por cima de mim.
Se eu delirei antes, agora
e nada existiu.
Tanto depois, eu achei que era sã,
mas depois de dois tiros de ressaca,
a porra da minha sanidade sumiu.



terça-feira, 10 de dezembro de 2019

HISTÓRIA SEM FIM FELIZ



Nos vendem a ideia de que preto só tem vez sendo subalterno.
É que a gente de beca somos confundidos com garçons,
essa é a visão que eles têm da gente de terno.
Queria festa, praia
e racionais no som.

Mas a realidade as vezes é violência policial,
injúria e bala na testa.
Preto de moto escama tanto que é parado,
o tom não é mais um beat de KL Jhay.

Cuidado, num sai sem documento.
Amanhã vai vender tua morte e buscar tua ficha corrida.
"Morreu, era preto, onde morava."
Era mais um, e se foi sendo assim.
Mais um, comum.
Um preto, Silva.
A bala que vara canta todo dia.

E se vencer?
Tem que ser humilde
Vão te lembrar da merda
Vão te colocar mais meta
Vai ter gente com quem você meta
Vão te dizer o tempo inteiro que você ainda fez nada.

Você vai ser dos poucos que chegou,
Prosperar pra eles é andar de terno,
pagar a vista e parecer um branco.
Vão te lembrar o tempo inteiro,
indiretamente que preto só pega em muita grana,
se for sorteio, sorte, assalto a banco.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Dependente do nós por nós - Aleatório Necessário #9

 Até quando vamos negar a influência das pessoas na vida da gente? Não como se não fizéssemos muito por nós mesmos, mas, subconscientemente, fazemos para os outros verem ou agradar alguém, um grupo, o mundo... E era pelos outros também.

  Ninguém é tão bom a ponto de estar só e não pensar em ninguém, nem que seja para incomodar, fazer mal e isso mostra o quanto os outros são vivos em nós, por mais que tenhamos a ideia de que é sempre nós por nós.

 Demorei a entender isso (ou talvez ainda não tenha entendido nada), mas sempre que há um decisão a ser tomada, vem alguém em mente. E eu notei que é sempre eu e alguém, mesmo sozinho. E que essa ideia não faça perder a autenticidade, pois até então, não me fez perder.

 Prova disso é viver, e olha que eu adoro os prazeres mundanos e algumas de suas regras que nem sabemos como surgiu, mas que todos seguem religiosamente sem tantos questionamentos. 

 Ando, mas ainda quero parar e ser apenas eu, mas agradeço a todos os que fizeram e fazem minimamente algo por mim, essas coisas ainda me mantém longe de um gatilho, não os emocionais, eles são parte de mim e deve ser por isso que eu sou tão pistola e atiro em geral, as vezes. Falo do gatilho real. Obrigado mainha e aos demais.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

QUEM DISSE QUE EU SEI FAZER POESIA?



É século XXI, mano.
São palavras crespas igual meu cabelo,
igual a parede que me encostei,
igual as que esfreguei cara de racistas, fodido.
Duras como as porradas da vida,
como a rapadura, doce as vezes,
e delícia tipo o corpo delas, qualquer corpo.
São lindos, devemos beijar, amar.
Sem mais, idolatrar.
Com permissão, tocar.

Dizia sobre dor e amor,
como se soubesse sobre,
parecendo que entendo de algo, 
e, mano, nem de mim sei.
Se não fiz nada certo, 
fiz muito, mas errado.
Muito!
Mas, mais ou menos, 
mais pra menos, mesmo.
As vezes pela idolatria,
se eu não fiz nada direito,
por ser esquerda,
quem me fez pensar que eu sabia escrever poesia?

Eu vaguei sem palavras bonitas.
Nada de coisas sobre orvalho, 
mão dadas e caminhar ao pôr do sol.
Aqui são erros nas palavras, vida,
e tanto traumas que fode mais que eu, 
e nem isso mais tá rendendo e caralho...
Chegar onde estou e entender que estou no mesmo lugar,
lugar nenhum.
Se fiz isso tudo, e tudo é nada.
Se fiz amor, e ele era nada.
Era foda em cima de foda, 
e nem disso em entendia...
Quem te disse que eu sei fazer poesia?

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

PAZ



Em paz!
Hoje eu poderia dizer que estou em paz.
Mas o mais perto disso seria pás de barro na cara.
Na última noite levei arma na cara de PM,
falou "depois leva tiro na cara e vão perguntar porque."
Eu estava trabalhando, mas poderia ser me divertindo.
Ser preto é ter que dizer tudo!
De onde veio, onde vai,
se você tem passagem, 
é morrer e sujarem tudo!
Tirar a paz,
do irmão, mãe, pai...

Paz!
Onde estavam eles quando o som era de branco,
quando era terno, gravata e banco de couro.
Quando o couro era branco e vinha acompanhado,
de: bairro "nobre", dinheiro, influência e pó?
Se preto quer segurança, que faça só!
Se eles querem, é contra nós, veja só.
Mataram mais periféricos,
genocídio urbano vira história.
Temo em morrer na luta,
mas nos matam a todo momento.
Depois disso;
Inventam
Invertem
e fazem de tudo para matar nossa memória.

Paz!
E não adiantou gritar.
Se se mover leva bala,
ela cala antes de qualquer coisa.
Há vários textos queria mais mudanças,
menos poesia.
Hein, paz!
Para eles, 
ou morremos de trabalhar,
ou fazem o trabalho de nos matar.
Se expressão de arte só gera like,
se preto bom é preto oprimido,
e pobre bom só é legal de ser visto na cozinha do Mc,
se somos margem,
e operação "bem sucedida",
é a mais racista, genocida.
Eu queria uma poesia que nos colocasse no pódio.
Paz é luxo!
Primeiro lugar é ódio.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

BIOMETRIA



E se a mulher perfeita existisse,
ela seria ouro, mais do que vale o real.
Gostosa como uma tarde na praia,
perfeita e feita de pele vivida,
de verdade, com a marca do sol, estria.

Onde moraria sempre,
obra de arte que eu, admirando
passaria uma ou mais vidas.
Corpo de fênix,
que renasce a cada sol,
incandesce com o suor,
falei em duas vidas, mas
E se bateria a mágoa, 
eu bateria fundo e seria revolução,
vivendo no prazer e dono,
por um tempo.

A ponto de tocar e fazer surgir fonte,
ter a chave.
Dois toques e um gozo.
Ser a porta e morrer de tesão, 
sem roupa, sem juízo,
sem pedido de socorro.

A mulher perfeita existe.
É você, quem diria!
E se eu fosse dono do prazer,
meu toque percorreria tudo,
as linhas e seu clitóris saberia meu nome,
minhas digitais reconheceriam suas marcas,
biometria.  

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

CONSCIÊNCIA HUMANA



Trezentos e sessenta e quarto dias,
pisando e batendo.
Escrevia isso e um caso de racismo acontecia,
vai vendo.
Ser preto ainda é foda,
em todos sentidos,
mas só lembram das desgraças.
Quando preto crescia diziam que ele deixou de humildade,
a ideia de vocês é nos ver jogados às traças.

Favela é reflexo disso.
Orgulho de onde somos,
mas, como chegamos aqui?
Pretos morreram no processo,
e atribuem à uma branca as ideias de pretos como Zumbi.
Querem "consciência humana",
mas o que vocês nos deram até aqui?

Tentei tomar banho neste rio,
mas era bala perdida e água suja.
Vocês foderam tudo,
invadiram meio mundo e chamaram de progresso.
Eu sem futuro, bebo da fonte que cês tentam acabar,
desvirtuando os preto e fazendo eles brigar!

Que morram os racistas conscientes,
e que os sem ideia apanhem até nunca mais vir nos tirar!
Bebi da fonte, matei a sede
igual queria ser Zumbi, não como nos filmes,
como liberto e cuspir na cara pálida 500 anos de história.
Como coisas que não vivi,
contaram errado na escola, como passado,
e hoje "minha nega" é elogio,
e vira memória família preta que leva 80 tiros de fuzil.

Vindo de uma liberdade sem inclusão,
passamos tudo adiante sem entender,
hoje negam a dívida histórica.
Chamam cota de esmola,
mas vemos brancos se pintando de preto pra entrar na faculdade.
Na esquina tem os preto de verdade,
apanhando de um PM negro, capitão do mato é sem massagem.
 
Negaram nossa cultura,
nossa arte é afrodisíaca, está aparte.
Nossos Deuses dão demônios,
a terra de onde viemos; miséria, dor.
E classificaram a civilidade pela nossa cor,
"um dia de consciência humana, por favor".
Vocês não entenderam nada,
e daqui pra frente vão ter que entender sem amor.



quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Sobre ideias, sonhos e realidade



Acostumado a viver coisas boas, na mente.
Sobre saudades, dores e traumas, na pele.
Me cobrando para estar lá, sem chances.
Falando de triunfo do fundo poço,
iludindo a mim, querendo beleza,
enquanto o espelho desmente.

Bebendo de ideias geniais,
as vezes achando que pisar é ser sagaz.
Crescer sobre as coisas,
falar sobre as coisas,
e ser mais que as coisas.
Ter visões grandes sobre perspectivas pequenas,
bestiais.

Querendo voar,
com correntes nos pés.
Remete aos navios que não entrei,
mas lembro história
Olho a cor, onde estou,
como estou e ser estar é o suficiente.
Sei que não somos apenas dor,
mas, o que dizer quando o básico é luxo?
Igual nem respirar fundo pra não morrer na abordagem.

Quando viver é insuficiente,
e na casa da gente chega as contas.
Chega as lembranças, os sonhos,
chega a bala, que de tão comum,
deveria ser chamada de bala achada.
Chega o dia de cantar alto,
e viver nosso "faz de conta".
Chega de escrever sobre mágoa,
lembranças, e morte.
Mas felicidade é sonho,
pretendo sonhar até viver,
o dia da minha sorte.


quinta-feira, 7 de novembro de 2019

SONHO



Eu que nunca foi de crer,
fiquei entre o sonho, o toque "uau"
Limite entre a realidade e uma projeção astral.
Virei fiel pelo que passou na minha retina.
Eu, que nunca acreditei em nada,
além do feijão de mainha.

Nos cruzamos e nada foi o mesmo,
ou deveria ser se todo sonho fosse real.
Acordei e a mente buscou o a mentira,
a teoria de que sonho machuca, bom ou ruim.
Casado com a realidade e amante da loucura.
Pedindo em desespero essa doença,
enquanto uma parte pede cura,
pede não acorda,
e quando acordei foi forte,
e até minha bússola que era norte,
agora é Marte.
Perdeu-se de mim.

É igual tatuagem,
Natal em família,
sonhos...
Igual perder a noção da realidade,
marcas,
Nós, sol, tranquilidade,
aquela vontade,
uma ilha.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

MAIS UMA BOSTA ALETÓRIA



Era só por mim, antes.
Hoje era pra quem queria ler, 
letra sobre tudo que a gente queria.
E a gente queria praia e F1.
Dias de sol e noites de brisa,
que mainha nunca pare pra ler,
era pra nós, não pra ela, se pá levo uma pisa.

Era sobre ser livre e não trampar na segunda .
Era sobre a semana nem ser contada,
sobre dar mais de uma, foda! 
Passar da segunda, ser mais que o remédio azul,
ver o céu azul mudar de cor,
sobre estar louco sem usar nada,
usar do melhor e ser o novo padrão da moda.

Era sobre não querer ser sério, sóbrio e ser simples.
Eu tava errado enquanto os armários vazios cantavam,
eu cantava sobre revolução e nem tinha coragem pra nada.
Ela fazia de tudo por mim e nem tinha tempo de dizer que ama.
Amadurecimento veio, 
e antes de me sentir velho,
senti que a velha me amava.

Era por todos nós,
nossos erros e o que se encontrava após a curva.
A gente acelerava sem medo, e que se foda.
Se a água no mergulho era turva,
se era profundo igual uns versos sobre dor,
se era amor como ser mãe.
Desculpa se leu até aqui e nada pareceu bom, 
esqueça.
É que tudo parecia mais brilhante,
antes do mundo foder a minha cabeça.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

História - Aleatório Necessário #8





 Por não sermos vistos como queremos ou merecemos, as vezes nos retraímos e escolhemos passar despercebido na maiorias das situações, não estudei sobre, mas falando por mim, tem muito a ver com a autoestima. Como te olham? Como uma pessoa, ou como um objeto? Um subproduto do mundo. Sua roupa, seu cabelo e seu sorriso valem nas avaliações e fomenta a ideia de "passar despercebidos". Se vamos ser vistos como queremos, melhor nem sermos visto, correto? 


 Para a história da humanidade, cedo ou tarde a maioria fará parte da média que se foi e seus rastros se foram, e estar na história do mundo é uma utopia que poucos tornam reais. Eu li sobre pessoas que morreram por suas ideias, sua arte e até eles, meio que santificados após a morte, estão fragmentos e reforçando a ideia de "história", e onde a mesma termina.

 A ideia de fazer história tinha a ver com um menino que queria ser visto por ser bom, pois sempre apanhou dos olhares e "poréns" sobre quem era, e se beleza conta agora, imagina quando tudo isso sobre ser visto era sobre ser bonito, rico, se vestir e morar bem? O "opressores" têm lá sua razão em ter medo sobre a reação dos oprimidos. Ser o padrão de sucesso deve ter um sabor gostoso demais.

 O mito de ser lembrado se desfez. E um dia voltaremos ao pó, se é que me entendem. A história se fez e que bom estar sendo parte desse imenso tudo, que um dia será nada. Até que é bom descansar as memórias, deixar na rede e ouvir as histórias que Maria pode me contar. Faz tanto tempo que nem lembro. Ser adulto é querer voltar a ser criança, viver dia após dia, tarde tranquila, laranja e aquela foz macia.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

TODOS AQUI



Todos aqui.
O tempo inteiro,
por tempo indeterminado,
por mais que tudo tenha ido,
tudo terminado.
Todos aqui.
Por mais que estejamos sós,
nos dias de "nós por nós",
nos dias de fins,
palhaço que faz sorrir,
chora em frente ao espelho no camarim.
Todos aqui,
Enfim.

Todos aqui.
Nas vezes que o sangue seu era nosso,
do "tu" ao "vosso",
e todas as lembranças boas,
ruins e apenas as que completam,
tudo isso que chamamos de nosso.
Todos aqui.
De propósito,
a propósito,
o vazio ocupa um espaço imenso,
o meu é só vazio mesmo, tenso.
Como matar o que está, mas já morreu?
É vida em decomposição,
ou canção sobre reconstrução?
Sem mais, além de todos.
E todos aqui.

Todos aqui.
Em dias de eu por eu,
dias de eu contra mim.
Eu que escrevo o roteiro e me fiz vilão,
como se herói não me coubesse,
nem em ficção,
me pintando o anti,
duas personalidades em mim,
e têm dias que as duas querem meu fim.
Todos aqui.
Mesmo enquanto estou só,
e fim.


quarta-feira, 30 de outubro de 2019

VERSOS E VALORES



O valor se confunde com o que pagam para ver.
Como recompensa pela criatividade,
criam a linha do sucesso.
Medições, se compartilha a ideia pelo like,
eu juro que também queria, 
mas era sempre pelo afeto.

Afago, e nosso trabalho é o que traz a grana,
Poesia ainda não se come.
Vender e para vencer,
ou pelo amor?
Engolir poesia e matar a fome.

Versos simples como outros,
poesia carregada de dor.
Vender o que amo para ser visto,
não escrever apenas para vender,
mas, o que fazer quando a fome de ser visto consome?

Eram, simples, reais.
E nessa bolsa de valores da vida, 
o preço do Real anda baixo.
Mas morro abraçado,
não era só sobre sexo, sonhos, dor e amor.
Loucuras, erros, emoções e rancor.
Me compra, por querer, sem favo
r.